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#241: um manual de quando evitar e quando enfrentar conflitos

e construir melhores relações no trabalho

👋 Boas-vindas às novas 112 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana! Agora, somos 113.753 leitores na maior comunidade de futuros&novos líderes do Brasil.

OS 4 PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR HOJE:

Nessa edição:

👉️ Como diferenciar momentos de evitar ou enfrentar conflitos;

👉️ 4 passos pra guiar sua resolução de conflitos quando for necessário enfrentá-los;

👉️ 2 prompts completos pra você usar Inteligência Artificial a seu favor na resolução de conflitos;

🎥 E um vídeo novo no nosso canal do YouTube para aprofundar o assunto de hoje (assista depois de ler essa edição).

Fala, Jobs!

Vou começar a edição de hoje com uma história rápida. Boas chances de você se identificar com ela.

Tente se colocar nessa situação:

Você acabou de receber uma promoção para um cargo de liderança.

Você já tinha trabalhado antes com a pessoa que hoje é seu par e você sabe que aquela pessoa parece não gostar de você.

Você também não vai com a cara dela…

Inclusive, vocês dois já tiveram um desentendimento antes e aí toda vez que entram em uma mesma sala ou reunião, fica aquela famosa “torta de climão”.

Mas vocês são pares e, hoje, apareceu um projeto que é “bola dividida” entre vocês. Envolve tanto seu time, quanto o time do seu par.

Seu par toma a iniciativa de liderar esse projeto e, pelo projeto ter envolvimento com a sua área, seu par envolveu uma pessoa junior da sua área — mas não te envolveu nas reuniões.

O pior é que não te envolveram, mas você sabe que poderia contribuir muito com o projeto.

Ah, e tem um último detalhe: você descobre que seu líder e seu par são, na verdade, super amigos dentro e fora do trabalho.

E aí, qual seria o seu próximo passo?

Essa pode não ser a sua situação, mas esse é só mais uma das incontáveis situações reais de conflitos acontecem no mundo profissional:

  • Talvez você discorde muito do jeito de pensar e das opiniões de outra pessoa;

  • Talvez alguém criticou uma opinião sua em uma reunião e você não gostou do jeito como isso rolou;

  • Talvez você se sinta excluído quando uma decisão importante foi tomada e você só ficou sabendo depois;

  • Talvez uma pessoa faça uma entrega ruim dentro de um projeto e você fica entre cobrar mais ou tentar resolver sozinho, mas acaba resolvendo sozinho e pegando ranço com a outra pessoa…

São mil faces de diferentes conflitos e uma única certeza: todo mundo tem seus diferentes tipos de conflitos no trabalho.

Vou te dar 3 dados legais:

1: Essa daqui foi uma pesquisa feita em 9 países (incluindo o Brasil) que mostra que o colaborador médio gasta 2,8 horas toda semana lidando com conflitos no ambiente de trabalho.

2: Só 22% dos colaboradores acha que seus líderes sabem lidar com conflitos.

3: E 70% dos colaboradores enxergam “resolução de conflitos” como uma das skills mais importantes de um líder.

Traduzindo esses 3 pontos: todos os times precisam de alguém bom em resolução de conflitos e quase ninguém é bom nisso. Em outras palavras ainda mais explícitas: lidar melhor com conflitos é uma bela oportunidade pra você se destacar.

Mas evitar conflitos não é sinal de sabedoria ou de autocontrole?

Então, deixa eu te contar um negócio que não deveria ser novidade:

Fuja de qualquer pessoa que te afirma que algo nessa linha — em qualquer assunto da vida. Essa é uma boa regra de bolso.

Sim. Evitar conflitos pode ser sinal de sabedoria ou autocontrole.

Mas ficar em silêncio também pode ser submissão ou algo pior… Uma estratégia que originalmente tem a intenção de preservar a paz, mas acaba anulando suas vozes e necessidades pessoais. Aqui tem um texto legal (em espanhol, mas dá pra traduzir no GPT se você não entender) de um psicólogo falando sobre isso.

A vida é muito mais difícil do que nosso cérebro gostaria que ela fosse. Nosso cérebro gosta de previsibilidade, mas a vida não tem previsibilidade — e aí a gente tenta criar isso acreditando em “fórmulas prontas” como essa.

Quer ver um outro exemplo legal pra ilustrar isso?

Eu e você poderíamos encontrar vários argumentos aqui de como “queimar suas pontes e não ter um plano B” pode ser algo positivo (porque vai te forçar e levar a um novo nível como nada mais vai) e também algo negativo (porque vai elevar sua ansiedade a níveis perigosos que podem te sabotar).

Evitar conflitos será bom em alguns momentos, como será ruim em outros.

A sabedoria não está em saber qual o caminho certo, mas sim em saber como trilhar.

🔎 Inclusive, se você curte uma conversa mais profunda (e menos técnica como aqui no the jobs), recomendo dar uma olhada nesse texto aqui.

Mas como, então, eu diferencio quando preciso encarar o conflito de quanto preciso evitar? E, se eu precisar encarar o conflito, como faço isso?

Esse é o tema do nosso 1:1 de hoje.

Mas, antes de aprofundarmos, uma pergunta muito importante pro futuro do the jobs e também um recado rápido do nosso parceiro.

QUAL É A SUA OPINIÃO?

Nós acreditamos que saber usar IA é muito mais do que aprender um ou outro prompt no Chat GPT. Dá pra usar IA pra comunicação, produtividade, inteligência emocional, liderança e muito mais…

Como você se sente com relação à inteligência artificial e sua carreira?

Com qual dessas frases você mais se identifica? Você pode escrever mais opiniões depois.

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

APRESENTADO POR D4U IMMIGRATION

Imagine duas cenas:

  • Engenheiro no Brasil: salário de R$ 8.000, aluguel de R$ 3.000, gasolina a R$ 6,50/litro.

  • Engenheiro nos EUA: salário médio de US$ 6.000, aluguel de US$ 1.800 e gasolina a US$ 1,10/litro.

Mesmo com custo de vida diferente, em muitas áreas a relação salário x despesas é mais vantajosa nos EUA — especialmente em profissões de alta qualificação. Três pontos pra considerar se você já pensou em trabalhar lá:

  1. Salários podem ser de 2 a 5 vezes maiores em áreas como TI, saúde e engenharia.

  2. Alguns custos são proporcionalmente menores (como gasolina e eletrônicos).

  3. Existem vistos que permitem exercer sua profissão legalmente — como EB-1 e EB-2 NIW.

A D4U Immigration te ajuda a entender seu cenário e a transformar sua experiência em um case de sucesso internacional. Sua jornada realizada ou seu dinheiro de volta. 👉 Saiba mais aqui.

Quando e como encarar conflitos no trabalho.

Será que sou firme e me posiciono ou deixo passar pra evitar me queimar”?

Eu entendo a dúvida, principalmente para quem está na categoria de futuros&novos líderes — e quero compartilhar como você pode diferenciar quando evitar ou quando encarar um conflito.

  • Se evitar o conflito vai comprometer resultados (atrasar projetos, gerar retrabalho, prejudicar o time etc.), encare o conflito;

  • Se evitar o conflito vai corroer relações a longo prazo (acúmulo de ressentimento, fofocas, clima ruim), também é outro sinal de que precisa ser encarado;

  • Se evitar o conflito não afeta o todo (um detalhe menor, algo irrelevante), pode ser sabedoria deixar passar.

Outro jeito de pensar é considerar a sua relação com a pessoa com quem tem o conflito:

  • Se há confiança e o vínculo é forte, vale encarar o conflito, porque a boa relação sustenta a conversa difícil;

  • Se a relação está frágil ou recém-formada, às vezes é melhor escolher batalhas e evitar pequenos atritos até construir mais base — mas nunca deixando de ser transparente.

Porém, também vale considerar o seguinte:

  • Se o objetivo é crescer junto, melhorar o time, alinhar expectativas, encarar o conflito é investimento;

  • Se o objetivo é apenas desabafar ou provar um ponto, talvez evitar seja mais inteligente até que a emoção baixe.

Gosto de pensar assim:

Evitar conflitos é sabedoria quando o impacto é pequeno e a relação é mais importante que a discussão.

Evitar conflitos é erro quando o que está em jogo é resultado, confiança ou crescimento.

Esse é um bom resumo.

PS: preciso citar aqui algo que falo com frequência dentro do jobs club, nosso “curso + comunidade”. Aprendi essa com o Luis Justo, CEO da Rock World (Rock in Rio, Lollapallooza e The Town) e nosso amigo, também leitor do the jobs:

Toda conversa difícil tem dois pontos em comum: (1) toda conversa difícil é necessária e (2) você termina toda conversa difícil melhor do que quando estava antes.

Aula. 👏 

Beleza, mas e quando preciso encarar o conflito? Como fazer isso?

Eu sempre mantenho um fato na cabeça do qual, infelizmente, muita gente esquece: nós fomos treinados ao longo da vida pra ter resposta e não pra ter perguntas.

Na escola, fomos recompensados por estarmos certos, não por sermos curiosos. No trabalho, somos promovidos mais por tomar decisões do que por explorar alternativas.

Estou falando isso, porque para encarar melhor os conflitos, precisamos primeiro fazer melhores perguntas. Esse é o primeiro ponto.

Vou te dar algumas primeiras “perguntas de autoconhecimento”, pense nos conflitos, discordâncias e discussões que você já teve com essa lente:

  • Você pelo menos deixou a outra pessoa contar a versão dela sem já assumir que você estava certo/a?

  • Você realmente escutou a versão da outra pessoa sem reagir na defensiva e tentar rebater todos os argumentos?

  • Você usou o que a pessoa trouxe pra construir a solução junto ou só seguiu preso/a à sua visão?

Curiosidade é, muitas vezes, o que separa os líderes (líder como virtude, não como cargo) dos “chefes” (pessoas com equipes subordinadas hierarquicamente).

Quantas vezes em discussões, discordâncias e conflitos você perguntou para a outra parte algo como “me ajude a entender seu ponto de vista”? 👀 

O segundo ponto que quero trazer aqui é a base de um livro chamado Crucial Conversations: “comece com o coração”.

(Sim, eu também acho que ele fala isso de um jeito meio coach, mas o conceito é muito relevante.)

Eu já me peguei várias vezes pensando “cara, que ideia horrível” ou “essa pessoa tá errada e nem sabe”, coisas do tipo. O ponto é que quando a gente pensa assim, a gente faz a discussão e o conflito serem sobre nosso orgulho e não sobre o que é o melhor pra empresa.

Outra referência muito legal (sim, essa edição tá cheia delas) é o que eu li no livro Princípios do Ray Dalio — um dos meus preferidos: “queira estar certo, independente de quem falou o que”.

Uma conversa difícil fica muito mais fácil quando a gente tenta focar em resultados. É muito melhor chegar em um acordo do que deveriam ser os próximos passos do que convencer o outro lado a pensar como você.

4 passos para guiar sua resolução de conflitos.

Além desses 4 passos, compartilhamos

1️⃣ Tenha mais curiosidade, primeiro, com você mesmo/a.

Antes de entrar numa conversa difícil, seja honesto consigo:

  • O que você realmente quer dessa situação? Não o que você acha que “merece”, foque no que essa discussão/conflito/discordância ajudaria o projeto, o time ou a relação.

  • Que história você está contando sobre a outra pessoa? Que ela não é tão competente quanto você? Que tem alguma má intenção? Grande parte dos conflitos nascem dessas histórias que a gente cria na cabeça — e entender dessa “história dos bastidores” ajuda na resolução de conflito.

  • E como está o seu estado emocional? Se você ainda sente aquele incômodo, ansiedade ou se sente na defensiva, esquece. Nesse momento você não tá pronto pra resolver nada — só pra ganhar uma discussão que vai valer muito pro seu ego, mas nada pro seu trabalho.

2️⃣ Crie um ambiente seguro para a verdade.

Resolver conflito requer, obrigatoriamente, segurança psicológica. Ao começar qualquer conversa difícil, dê algum tipo de contexto:

“Nós dois queremos que esse projeto dê certo e eu quero entender sua perspectiva pra gente descobrir juntos o melhor caminho em frente.

Essa é uma coisa que eu sempre usei e me beneficiei. Sempre que eu não sei como falar algo sem correr o risco de magoar a outra pessoa, eu falo exatamente isso.

✅ Ilustrando: “Eu não sei exatamente como falar isso e tenho preocupação de passar uma imagem errada ou até de te magoar — estou dizendo isso, porque quero falar com a melhor das intenções.

Olha esse exemplo muito legal que eu encontrei (minuto 26:59). Sabe aquele vídeo que viralizou do “1 patrão vs. 30 demitidos”? Então, eles copiaram o estilo desse canal aí na referência que deixei… E olha só como é exemplar o jeito como a pessoa que ia discutir com o Jordan Peterson começou o discurso.

PS: tudo é uma aula pra quem tem olhos treinados. Sempre repito isso.

3️⃣ Faça melhores perguntas.

Nós já falamos sobre como a curiosidade é importante pra resolução de conflitos. Quero deixar alguns exemplos aqui de como a curiosidade se traduz em uma conversa resolvendo conflitos:

  • “Me ajude a entender por que você não acha isso um bom caminho” ou até “Me ajude a entender como esse caminho pode ser melhor”;

  • “O que precisaria mudar para você confiar mais nesse plano?”;

  • “Se você estivesse liderando, como resolveria isso?”;

  • “Qual parte da minha proposta/ideia faz mais sentido e em qual parte você vê mais riscos?”;

  • “Se a gente conseguisse resolver esse ponto específico, o que melhoraria de imediato pra você/pro seu time?”.

Lembrando um ponto super importante: o objetivo aqui não é arrancar um “ahh, você está certo”. O objetivo é construir clareza suficiente para que a solução surja naturalmente do diálogo.

4️⃣ Cocriação de soluções.

O 4º ponto é a cocriação de soluções, porque com os 3 últimos pontos já feitos, você entendeu as perspectivas e consegue, agora, explorar melhores opções. Tente perguntas como:

  • “E se nós tentássemos esse approach?”;

  • “Como essa solução funcionaria pra você/pro seu time?”;

  • “Quais os principais desafios que você enxerga aqui? Como você acha que podemos resolver eles?”.

A sacada por trás desse passo é a seguinte: quando você ajuda as pessoas a criarem soluções e chegarem a respostas, você faz elas sentirem que “elas que encontraram a resposta” e convence com maior facilidade.

E se não ficou claro até agora lendo isso, vou deixar bem explícito:

Seu maior inimigo na resolução de conflitos é o seu próprio ego.

Se você quer sempre sentir que é a pessoa que está certa ou se você não gosta da ideia de conduzir uma conversa pra fazer parecer com que a outra pessoa que chegou à conclusão, eu prometo escrever pra você uma edição sobre “como lidar com minha própria insegurança” em breve — risos.

Sabe aquele exemplo do início da newsletter? Então… Dificilmente uma conversa vai sair melhor do que a conversa na qual você começa falando “eu acho que não comecei nossa relação com o pé direito”.

Você faz a conversa ser mais sobre você, isso abaixa a guarda da outra pessoa (porque você não está atacando ela de maneira alguma) e facilita resolver o problema.

Tire o ego da jogada e resolva conflitos; você será um/a profissional melhor assim.

Agora, nós vamos mostrar pra você exatamente como usar inteligência artificial para resolver seus conflitos e ter ideias melhores ainda, além dessas que trouxemos aqui na edição de hoje — mas, antes, vamos rapidinho pra seção de risadas, músicas e recomendações:

Agora sim, vamos entender como usar Inteligência Artificial junto com human/soft skills:

Com o avanço absurdo da Inteligência Artificial, as human/soft skills se tornam ainda mais importantes.

Existe uma nova carreira se desenhando… E é exatamente pra isso que criamos essa seção da newsletter: os profissionais mais preparados para a nova era do trabalho são os que aprendem a usar a inteligência artificial também nas soft skills.

Os prompts de hoje são:

  • Roleplay de conversas difíceis pra você treinar com a IA antes de tê-las (incluindo como iniciar conversas desarmando o ego da outra pessoa);

  • Decisão e consequências de evitar ou encarar conflitos.

(Sim, essa é uma seção exclusiva para assinantes.)

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