
👋 Boas-vindas às novas 144 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana, a newsletter para os profissionais mais preparados (e disputados) dessa geração. Agora, somos 114.529 leitores criando a maior comunidade de carreira do Brasil.
OS PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR HOJE:
Nessa edição:
👉 O conceito que eleva a comunicação dos melhores profissionais, criado por uma executiva ex Google e Apple.
👉 Os 4 quadrantes da Sinceridade Radical pra você identificar seu perfil de comunicação.
👉 O que você precisa saber pra aplicar a Sinceridade Radical no seu dia a dia.
👉 E 2 prompts de IA para facilitar você usar o conteúdo dessa newsletter a seu favor, na prática.
Fala, Jobs!
Você já viveu aquele momento em que percebe um erro (pequeno, mas insistente) e, mesmo sentindo o impulso de falar, decide não falar?
Pensa aí, por exemplo, quando uma pessoa com quem você trabalha tá apresentando algo e fica falando muitos “ééé” e “hmm”, por exemplo? Talvez você tenha pensado algo como: “Ele já está sobrecarregado”, ou “Não quero parecer chato” ou ainda: “Não vale a pena criar atrito por algo tão simples”, certo?
Então você escolhe o silêncio.
Sorri, finge que não viu, e segue o jogo acreditando que poupou alguém de uma dor… Mas não poupou.
O erro se repete até ficar escancarado a ponto de uma pessoa tomar a coragem de falar (e se for o líder daquela pessoa, o cenário costuma ser pior). Às vezes o tempo passa e o erro volta, só que agora maior, mais caro, mais difícil de resolver e você sente o arrependimento bater. Você pensa “se eu tivesse falado antes, isso não teria acontecido”.
Todo mundo já esteve nesse lugar. O silêncio que parecia gentil acaba se tornando cruel. A omissão, disfarçada de empatia, acaba virando, na real, medo: medo de magoar, medo de ser mal interpretado, medo de encarar o desconforto de uma verdade necessária.
E o mais curioso é que, quando finalmente falamos, a resposta costuma vir carregada de surpresa: “uai, por que você não me avisou antes?”
É nesse instante que a ficha cai pra algumas pessoas (e a maturidade no trabalho aumenta), porque essas pessoas descobrem que ser “legal” demais, muitas vezes, é a forma mais educada de ser injusto.
A maioria das pessoas não mente (ou omite?) por maldade. É mais por conta de um tipo de conveniência emocional. Quando falo de mentir (ou omitir), quero dizer evitar a conversa difícil, adiar o conflito, elogiar o que não acredita, disfarçar o incômodo…
Se identificou?
Cada “tá tudo bem” que você fala nessas ocasiões representa um tijolinho a mais separando o que você pensa do que o que você diz e, com o tempo, esse muro se transforma em distância, ressentimento, ruído.
Ser um bom profissional que faz o bem pra sua empresa e pro seu ambiente exige uma coragem que não se aprende em slides ou planilhas. É a coragem de ser claro e gentil ao mesmo tempo.
Esse é exatamente o tema do nosso 1:1 de hoje.
Vamos nessa?

Nós estamos criando o primeiro copiloto de carreira. Parece diferente, né? E será…
É uma plataforma que envolve cursos, agentes, um banco de prompts e muito mais. Tudo está sendo construído com base no que vocês, leitores do the jobs, pediram nos últimos formulários. Se você ainda não opinou, pode deixar sua opinião aqui (e fazer parte dos primeiros que saberão dessa novidade).
Em resumo, é pra ser o principal lugar onde você vai ser melhor no trabalho. É a evolução do the jobs premium (sim, assinantes terão benefícios).
Estamos muito animados e teremos novidades em breve. Essa plataforma será lançada, inclusive, com um curso sobre como usar IA aplicada à sua carreira.
Confia no the jobs: você vai amar. Novidades nas próximas semanas 😉

Transparência no trabalho: o método da Sinceridade Radical criada por uma executiva de Google e Apple.

Comecei o texto contextualizando você pra algo que a Kim Scott, ex líder do Google e da Apple, percebeu há alguns anos e escreveu um BAITA livro sobre: a importância da sinceridade radical (radical candor).
Olha como essa ideia nasceu:
Depois de fazer uma apresentação pros diretores, a Kim foi chamada para conversar com seu líder direto, Larry Page, cofundador do Google. Ele começou elogiando, mas logo acrescentou, com simplicidade desarmante: “Você disse ‘hum’ tantas vezes que distraiu o público inteiro.”
A Kim ficou obviamente sem graça. Ela tinha acabado de receber um elogio de um dos líderes mais respeitados do mundo e, segundos depois, um feedback direto sobre um detalhe pessoal.
Mas aquele comentário ficou ecoando: Larry não estava sendo rude. Ele estava sendo responsável. Estava dizendo algo que poucos diriam, justamente porque se importava com a qualidade do trabalho e com o crescimento dela.
Naquele instante, Kim percebeu algo essencial: o verdadeiro respeito nasce da clareza.
Essa experiência foi a semente do conceito da Sinceridade Radical (radical candor), que hoje transforma a forma como os melhores profissionais se comunicam.
Não é um método. É uma filosofia que combina o que a maioria tenta separar: o afeto e a verdade.
O que é a tal da Sinceridade Radical?
Explicando em uma equação: Sinceridade Radical = se importar + enfrentar.
Explicando em uma frase: é o ponto onde o cuidado genuíno encontra a coragem de apontar o que precisa ser corrigido.
Um sem o outro desequilibra a balança: sem cuidado, a franqueza vira arrogância; sem franqueza, o cuidado vira omissão.
A Kim testou o modelo em equipes técnicas e intensas e o resultado foi inequívoco: mais confiança, menos ruído, e engajamento até três vezes maior (mais uma série de pesquisas e testes comprovando a eficiência desse novo conceito).
E não se engane: isso não é só pra líderes. Nem de longe. Serve pra qualquer pessoa que queira crescer com integridade, porque quem aprende a praticar esse conceito resolve conflitos antes que eles explodam, constrói respeito sem precisar de autoridade, e aprende mais rápido, justamente porque não foge da verdade.
Dê um print nesse quadro aqui:

A Sinceridade Radical nasce do encontro entre dois eixos: (1) se importar com as pessoas e (2) enfrentar, no sentido de falar a verdade e desafiar o que está sendo feito.
Quando esses eixos se cruzam, formam quatro estilos, quatro formas de reagir diante da verdade. Só uma delas é transformadora.
👉 a empatia que atrapalha (alta empatia, baixa franqueza).
Esse é o território da boa intenção mal aplicada: a pessoa vê o problema, mas não o confronta, geralmente com medo de magoar. Acha que está poupando, mas está atrasando.
Pense no caso da Ana Paula, que trabalha lado a lado com Pedro. Eles dividem responsabilidades em um mesmo projeto. Pedro tem boas ideias, mas vive atrasando entregas, o que impacta o grupo inteiro. Ana vê o padrão, sente o incômodo, mas pensa: “Ele é gente boa, não quero azedar o clima.” Aí, com o tempo, a turma começa a desconfiar dela também, porque impacta no trabalho dela.
Ou pense no Lucas, que está no primeiro desafio de liderança. Ele tinha uma analista que era boa profissional, mas desorganizada. Os erros se acumulavam, os prazos escorregavam. Ele pensava: “Ela tá passando por muita coisa, não quero pressionar.” Meses depois, o desempenho só piorou. O RH interveio. Na conversa final, a analista, surpresa, perguntou: “Por que ninguém me avisou antes?”
A empatia que evita o desconforto hoje cria o problema que você será obrigado a resolver amanhã. Cuidar sem desafiar é infantilizar. E infantilizar é a antítese da liderança.
👉 a falsidade estratégica (baixa empatia, baixa franqueza).
Essa é a política do silêncio. Aqui, a pessoa finge concordar, sorri, adia, evita o conflito.
Chama isso de “diplomacia”, mas é uma omissão que só destrói confiança.
Pense no Felipe, analista em um projeto colaborativo com outras pessoas. Ele percebe que uma colega está insistindo em uma abordagem que ignora dados importantes, mas, para não parecer crítico, prefere não levantar o ponto. “Deixa rolar”, pensa.
Quando o resultado final decepciona, todos compartilham a frustração e o Felipe ainda fica, além de frustrado, com a culpa silenciosa de quem sabia o que precisava dizer, mas escolheu o conforto do consenso.
Ou imagine a Clara, gerente de marketing. Ela discorda da nova campanha proposta pelo diretor, mas decide não se manifestar. “Não vale a pena brigar por isso”, pensa.
Meses depois, a campanha falha, o orçamento estoura, e ela pensa: “Eu sabia que ia dar errado.”
Sabia, mas calou (e quem se cala quando devia falar se torna cúmplice do erro). Evitar o conflito é escolher a falsidade como ferramenta de trabalho. E a falsidade, mesmo quando discreta, sempre aparece depois de um tempo.
👉 a agressividade desnecessária (baixa empatia, alta franqueza).
Esse é o oposto da empatia que atrapalha. Aqui, a pessoa fala o que pensa, mas como quem atira. É aquela turma que acredita que honestidade é virtude em qualquer tom.
“Esse trabalho tá horrível” ou “Quantas vezes eu vou ter que te explicar?”. As pessoas que se encaixam aqui pensam coisas como “eu falo mesmo e é pro bem dos outros”.
Até existe verdade, mas o cuidado desaparece. A pessoas fala o que pensa, mas do jeito errado, na hora errada e às vezes até pelo motivo errado.
A verdade sem empatia intimida em vez de ensinar. Ela cria muito mais obediência do que aprendizado, o que gera resultados de curto prazo e, claro, ressentimentos de longo prazo.
A clareza que transforma não vem da brutalidade, mas da responsabilidade com o outro. A gente tem que se lembrar que lidamos com pessoas no trabalho. Pessoas.
✅👉 a Sinceridade Radical (alta empatia, alta franqueza).
Aqui, o líder entende que a franqueza não é o oposto da gentileza, mas sua prova.
Ele diz o que precisa ser dito, mas diz com cuidado. A intenção é elevar o outro.
Imagina o exemplo do Pedro, que é um analista júnior: durante uma entrega importante, ele percebe que uma colega mais experiente cometeu um erro nos dados da apresentação. Pedro hesita e pensa: “Será que eu devo falar? Ela tem mais tempo de casa. Vai achar que tô querendo aparecer…”
Mas em vez de recuar, ele escolhe agir com respeito: “Jaque, notei que esses números parecem diferentes dos da última atualização. Será que vale revisar juntos antes da reunião?”
Ou outro exemplo: a Mariana começou a interromper colegas nas reuniões e seu líder, Rafael, percebeu o padrão. Ele poderia deixar passar, poderia evitar uma conversa meio chata, mas prefere agir. “Você tem ótimas ideias, Mariana, e isso é valioso. Mas percebi que tem interrompido os outros com frequência. Quero te ajudar a encontrar um jeito de contribuir sem sufocar o time.”
A Mari vai ouvir, refletir e mudar, aposto, porque quando o feedback vem com respeito, o ego abaixa e o aprendizado entra.
Ser sincero não é sobre ser duro. Ser sincero é sobre maduro o bastante pra escolher o que ajuda, não o que alivia.
A consequência mais legal disso tudo é que quem pratica a Sinceridade Radical vira referência, porque fala a real com respeito. Essa coragem é pra poucos (mas que são poucos e muito bons).
Como aplicar isso no meu dia a dia então?
Sinceridade Radical não é uma conversa pontual ou um tipo específico de feedback.
É uma mentalidade. Uma forma de estar presente em toda conversa que importa.
E, como qualquer habilidade, pode ser aprendida, praticada e aprimorada.
A seguir, um método simples — mas poderoso — para aplicar feedbacks realmente transformadores:
1⃣ Se importe de verdade.
Comece com o cuidado. Isso não significa virar melhor amigo de todo mundo, compartilhar demais ou mascarar autoridade com camaradagem. Significa enxergar as pessoas como pessoas (não como recursos, funções ou planilhas). Significa reconhecer que quem trabalha com você tem história, contexto e aspirações.
Mostre que se importa. Pergunte o que é importante para elas. Descubra como trabalham melhor. Acompanhe o que valorizam mais, seja saúde, família ou carreira.
Kim Scott chama isso de “dar a mínima” (give a shit), mas não no sentido de obrigação, e sim de interesse genuíno.
E um aviso importante: não tente fingir. As pessoas percebem quando o interesse é mecânico, quando a pergunta é automática, quando o corpo diz uma coisa e o olhar diz outra. As pessoas são inteligentes e reconhecem a diferença entre uma pessoa curioso e uma ensaiada.
Por isso, se for para perguntar, que seja de verdade. Você precisa se importar genuinamente com o sucesso de quem está ao seu lado e querer vê-los crescer de todas as formas possíveis.
2⃣ Enfrente diretamente.
Depois que as pessoas sabem que você se importa, você conquista o direito de “desafiá-las”. Sem isso, toda cobrança soa como ataque, mas com isso, o desafio é visto como investimento.
Seu papel é segurar as pontas e, ao mesmo tempo, elevar a régua. É garantir que o padrão seja mantido e que, quando cair, o problema não vire hábito. É ajudar cada pessoa a sair da zona de conforto, porque o conforto constante leva à estagnação.
Use a fórmula CET:
C de Clareza: “Isso não atingiu o padrão.” ou “Ficou abaixo do esperado.”
E de Especificidade: “Esse erro era evitável. Precisamos de mais cobertura nos testes.”
T de Timing: feedback precisa acontecer no momento, ou logo depois. Uma semana depois, ele vira história e história não muda comportamento.
Cuidar sem desafiar é paternalismo. Desafiar sem cuidar é prepotência. O equilíbrio é o que cria crescimento.
Como um profissional que quer gerar impacto, seu papel não é apenas proteger, mas despertar potencial, manter padrões e não deixar passar o que pode ser corrigido.
3⃣ Convide para a conversa.
Este é o passo mais negligenciado e talvez o mais importante. Sem ele, qualquer tentativa de franqueza escorrega para os outros quadrantes: ou vira agressividade, ou cai na omissão.
Quando você “enfrenta” alguém (passo 2 acima), é essencial que a outra parte sinta que também tem voz. A conversa precisa ser de mão dupla e não um monólogo disfarçado de feedback.
Pergunte claramente:
“Isso faz sentido pra você?”
“Como eu poderia ter dito isso de um jeito melhor?”
Essas perguntas constroem confiança. Não ache que elas diminuem autoridade, porque elas mostram que você está ali com a pessoa, não contra ela. Elas mostram que o objetivo não é apontar falhas, mas criar clareza juntos.
A Sinceridade Radical só funciona quando há espaço para resposta. Sem escuta, ela deixa de ser diálogo e vira imposição.
Por isso, crie um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para falar, discordar e contribuir (e continue praticando o equilíbrio: empatia na forma, firmeza no conteúdo).

📚 Pra aprofundar no assunto, leia esse texto aqui e esse daqui também.
👀 Eu decidi escrever uma outra newsletter. Talvez você já saiba disso. O que você não sabe ainda é que vou criar uma seção sobre “como usar Inteligência Artificial de um jeito muito melhor”, porque estou estudando muito sobre isso. Essa semana sai texto novo. Clique aqui pra não ficar de fora.
😆 Kkkkk bom dia a todos.
🎵 Música com IA tá ficando um absurdo. Essa música é uma versão soul que fizeram de um clássico do rock n roll. Ficou incrível.
🎶 Isso é uma música muito boa feita por uma banda que toca um rock bem pesado. Não tem nenhuma guitarra e nenhum grito aqui. Só piano e uma bela melodia.
🎥 Estamos devendo o episódio 3 da construção da nossa startup, mas é porque tem muita coisa rolando. Risos. Enquanto isso, acompanhe os outros 2 episódios aqui.
Agora sim, pra finalizar:

A tecnologia não é vilã. Ela pode ser ferramenta. Essa é a segunda parte prática do nosso 1:1 de hoje. Nós acreditamos que a carreira do futuro é uma carreira human-first, mas AI-powered: isso significa que podemos usar a IA para potencializar habilidades humanas, como a empatia.
Pra finalizar, nós criamos dois prompts (tanto para líderes quanto para liderados) pra te dar muito mais clareza sobre tudo que falamos até agora. Os prompts são para identificar seu perfil e dar próximos passos pra Sinceridade Radical e também o Treinador de feedbacks da Sinceridade Radical.
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