👋 Boas-vindas às novas 106 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana, a newsletter para os profissionais mais preparados (e disputados) dessa geração. Agora, somos 114.754 leitores criando a maior comunidade de carreira do Brasil.

OS PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR HOJE:

Nessa edição:

👉 Como saber se liderar pessoas é um caminho que faz sentido pra você (de verdade);

👉 Os fatores mais importantes sobre o caminho da liderança que gestores têm dificuldade de ensinar para seus times;

👉 Você já viu nossa newsletter sobre Inteligência Artificial? Essa semana tem post novo.

Fala, Jobs!

Talvez você já saiba disso, mas nós temos uma comunidade de pessoas que já compraram os cursos do the jobs. Hoje, são 277 pessoas e, na semana que vem, vamos abrir as próximas vagas. Você vai gostar de conhecer.

Mas esse não é o principal assunto de hoje. Comecei com isso, porque eu estava conversando com uma dessas 277 pessoas. Vamos chamar ela de Pietra.

A Pietra tem uma carreira brilhante e está considerando aceitar a proposta de uma vaga de liderança em outra empresa que a chamou pra um processo seletivo… Só que a Pietra não faz a menor ideia se liderança é pra ela.

Contexto rápido: a Pietra tem 28 anos e esse pode ser seu primeiro cargo de liderança (outro contexto relevante: quase 70% da geração Z não quer liderar).

O texto de hoje vai bem direto ao ponto: você pode ser como a Pietra e pode não saber se a liderança é um caminho pra você.

Ou você pode até já ser líder, inclusive, mas talvez esse texto coloque uma pulga atrás da sua orelha pra questionar se esse é o caminho pra você. Talvez você não esteja performando tão bem e não consegue identificar o motivo… Esse texto também vai te direcionar pra possíveis respostas.

A edição de hoje serve pra todas essas pessoas. É uma edição digna de um 1:1 verdadeiro com um gestor que se importa com você, porque é um 1:1 que vai te fazer pensar e reconsiderar as coisas.

Sobre a Pietra: eu contei pra ela uma história rápida minha de 2016. Eu tinha acabado de ser promovido do programa de trainee de uma multinacional americana e era um executivo Key Account pra algumas das maiores contas da divisão farmacêutica da 3M.

Quando eu estava voltando de uma visita a um cliente em São Paulo, meu telefone tocou e eu atendi. Era uma headhunter falando que eu tinha sido aprovado em um processo seletivo que participei despretensiosamente… E era uma vaga pra liderar 15 pessoas na área de vendas de uma outra multinacional. Lembro até hoje que parei o carro em um posto na rodovia Bandeirantes que estava logo à frente.

“Será que estou pronto pra liderar pessoas? Tenho o que é necessário? Eu critico tanto meu chefe, mas será que sou capaz de fazer isso também?” foi o que passou pela minha cabeça.

No meu caso, eu aceitei a vaga e não me arrependo… Mas o que compartilhei aqui colocou aquela pulga enorme atrás da orelha da Pietra, porque ela está considerando se esse realmente é o caminho dela.

E não, esse não é um texto pra te falar que você não deveria buscar o caminho da liderança. É um texto pra te mostrar como pensar crítica e logicamente sobre isso.

É sobre isso que falaremos no nosso 1:1 de hoje.

Vamos nessa?

Nós acreditamos que a grande maioria da turma que hoje fala sobre IA foca no que é hype, mas pouco relevante. Coisas como: prompts prontos e superficiais que te dão uma resposta instagramável, mas nada aplicável ao seu dia a dia.

Nós também acreditamos (e temos evidências) de que ainda tem muita empresa perdida sem saber como usar IA. Elas pedem fluência em IA, mas não fazem a menor ideia do que isso significa. Sim, tem muita empresa grande, gigante, ainda perdida. Elas não querem ficar pra trás e pedem fluência em IA. Na hora de avaliar, ninguém sabe direito o que tá fazendo.

E nós temos 114 mil leitores que concordam que falta alguém guiando, de maneira prática e fácil de traduzir para o seu dia a dia, como aplicar IA na sua carreira.

Algo além de prompts fofos e instagramáveis. Algo sério.

É isso que estamos construindo. Na semana que vem, você vai descobrir.

Nós entramos pro jogo. Get ready.

Autoconhecimento pra sua carreira: um guia sincerão sobre liderar ou não liderar.

Por que esse texto pode ser tão importante pra você agora?

1⃣ Se você ainda não lidera e tá em dúvida se quer essa cadeira, aqui você encontra um caminho honesto para decidir com mais segurança e menos ruído.

2⃣ Se você já lidera e sente que não está crescendo tanto quanto poderia, esse é um texto que pode apontar o que está puxando sua performance para baixo e onde ajustar a direção.

Não tem romantização, não tem discurso pronto. Tem contexto real, decisões difíceis e um mapa prático para atravessar esse terreno com menos tropeços que custem muito caro (na moeda do tempo e energia) pra sua carreira.

Quero compartilhar com você alguns dos principais pontos que não me falaram/ensinaram antes de escolher o caminho da liderança. São conceitos do mundo real sobre liderança, coisas que aprendi depois de 8 anos liderando equipes em diferentes perfis: em multinacionais, em startups e empreendendo.

O primeiro desses conceitos é o seguinte:

Se você não gosta de lidar com pessoas, o caminho da gestão vai virar um castigo pra você: ou você aprende a gostar desses momentos, ou você redesenha sua rotina pra recarregar sua energia que será drenada (e aprende a lidar com isso) ou você não escolhe esse caminho.

Quer ver uma pergunta simples pra te colocar pra pensar? É o seguinte: imagine um dia inteiro da sua semana fazendo 1:1s, literalmente umas 6 a 7 horas do seu dia, tirando o almoço, conversando sobre bloqueios, motivações e conflitos das outras pessoas.

Isso te anima ou te drena? Se drena, o cotidiano da gestão vai pesar. Não é que todo dia seja reunião, mas o coração da liderança é gente. Mais cedo ou mais tarde alguém chega com um problema e se isso te dá aquele aperto no estômago e a vontade de voltar para os pixels, as palavras ou o código com fone no ouvido, fica de olho...

Eu já vi gente ser empurrada pra gestão, porque meu líder acreditava no potencial daquela pessoa. A pessoa se queimou, porque não conseguiu performar (e eu reforço: esse não é um post pra te desanimar sobre o caminho da liderança).

Sabe o que é pior? Tem muita empresa que amarra o crescimento à gestão. Em algumas empresas, existe o caminho do IC (individual contributor, uma pessoa que não lidera e continua crescendo na carreira), mas elas não são a maioria. Isso empurra quem não gosta de gente pras cadeiras de liderança e ouso dizer que é um dos principais motivos - se não o principal - pelo qual existem tantos líderes ruins.

Essa é definitivamente uma das principais reflexões que vai precisar fazer: o quanto você gosta de lidar com pessoas ou não. Outra dessas reflexões é essa daqui:

Você precisa saber que seu trabalho não é ter todas as respostas. Seu trabalho na maioria das vezes agora será fazer o time encontrar as respostas. Você vai deixar de fazer boa parte do que fazia quando recebeu a promoção.

Eu achava que um gestor era o melhor na execução do trabalho, mas muitas vezes isso não é verdade… E um problemão que acontece com isso é que os liderados projetam algo assim nos seus gestores: se o gestor falou, você assume que ele tá certo. Você questiona menos, vira ressentimento silencioso e qualquer incômodo joga no colo deles para resolver.

Você com certeza já viu essa dinâmica no trabalho e, me desculpe a palavra, ela é uma m*rda. Essa mentalidade alimenta uma cultura de perfeição, mas ninguém precisa saber tudo, nem fingir. O seu trabalho, quando líder, é elevar a produção do time pra algo além do que sairia sem você ali.

E isso me leva pra outra reflexão totalmente conectada que você precisa saber dentro de uma rotina de liderança:

A régua que mede a qualidade de um bom gestor é a força do seu time (e isso é um saco, porque não está diretamente no seu controle, deal with it).

Reputação, visão, apresentação, produtividade, mediação blablabla. Tudo isso importa? Lógico, uai. Só que o teste mais simples (e que a alta gestão sempre tem em mente) é outro: olha pro time dessa pessoa. Entrega? Tem reputação de consistência?

Não são muitas as pessoas que entendem que o seu micro importa menos do que o macro do time (💎). Você pode ser trabalhador e querido por muita gente, mas se o seu grupo não é tão bem visto, isso te impacta diretamente. Sim, diretamente.

Uma coisa que eu já vi acontecer (e você com certeza já viu ou vai ver também): um gestor fraco pode parecer muito bom por alguns trimestres ou algo assim, porque força o ritmo ou até porque herda um time pronto. No longo prazo, não se sustenta. As melhores pessoas não ficam muito tempo com alguém que não respeitam ou que não se importa com o sucesso delas.

É por isso que é admirável encontrar quem sabe atrair e manter talento. É difícil demais… O caminho mais rápido para multiplicar capacidade é contratar bem (e isso sempre vai envolver considerar uma diversidade de experiências, backgrounds e vivências, mas isso é um assunto completamente diferente pra aprofundar).

Em resumo: saber escolher seu time é indispensável pro caminho da liderança… E uma provocação das boas aqui é que eu não sei se acredito que dá pra acelerar muito disso antes de viver. É difícil demais. Você precisa viver isso: saber contratar, aprender a demitir, ouvir desabafos e críticas, receber discordâncias, ser desafiado. Ossos do ofício (é o famoso “faz parte do trampo”).

Aliás, aqui com esse assunto eu já encaixo uma próxima provocação:

É perfeitamente possível uma pessoa incrível não encaixar em um time incrível. Isso faz parte, é normal.

É doido isso, né? Como que uma pessoa talentosa não funciona num lugar talentoso? Em geral, a explicação volta pros valores. O que a pessoa mais preza precisa conversar com o que o time e a empresa valorizam (💎). Se não conversa, nas decisões difíceis ela vai se sentir atropelada.

Deixa eu ser transparente e te dizer uma coisa que aprendo todo santo dia: você nunca vai se arrepender de dar o devido peso ao tempo identificando valores nas pessoas ou empresas com quem trabalha. É difícil, é intangível, é complexo, mas é a coisa mais importante de todas.

Quando uma pessoa não encaixa (seja você, seja uma pessoa do seu time), trocar de time pode resolver: novo contexto, novo gestor, um novo osso pra roer… Mas pode não resolver também: se nem assim vai, pode ser o fit com a empresa inteira. Aí separar caminhos é melhor para todos. É como relacionamento. Uma pessoa pode ser incrível e, mesmo assim, não funcionar com você. Diferenças de projeto de vida. Sem vilão.

Seja o mais transparente possível ao aceitar uma vaga ou ao contratar uma pessoa. Isso vai te economizar tempo, energia e dinheiro da empresa. Investir tempo pra entender o que empresas ou candidatos valorizam e seja transparente sobre o que você e a empresa valorizam.

Vou reforçar uma coisa muito relevante: talvez até aqui o texto já tenha algumas provocações que te coloquem pra pensar muita coisa. Eu quero deixar claro minha opinião aqui que o desafio da liderança é algo que, assim como trabalhar em vendas, todo mundo se beneficiaria de vivenciar.

A importância de escrever sobre isso é para que tenhamos líderes cada vez mais preparados pra tudo que está por vir.

E até aqui falei muito sobre como lidar com pessoas. O próximo assunto, pra finalizar, é comunicação, uma consequência de ter que lidar com muitas pessoas, e eu vou começar com essa provocação:

90% do seu papel vai ser definido pela sua capacidade de comunicação e falar sobre “o que precisa ser feito” ou “como precisa ser feito” não é tão importante quanto falar sobre “por que está sendo feito”.

Eu já gastei MUITA energia na parte tática. Meu primeiro cargo de liderança era playbook pra cá, playbook pra lá, regras, processos etc. Como garantir progresso sem virar micromanagement? É difícil de aceitar isso, mas o resultado sempre aparece quando o porquê está claro (💎).

Com gente inteligente, dois obstáculos acabam sendo os principais a “travar” resultado: ou é falta de motivação ou é confusão sobre o que importa. A raiz costuma ser ausência de propósito, porque metas frias não mobilizam... Falta falar sobre o porquê de um jeito pessoal, não só “aumentar 20% a eficiência desse processo”. No meu caso, construindo uma empresa de educação a partir do the jobs, pode ser “ajudar nossas primeiras 1.000 pessoas a serem promovidas e receberem pelo menos 50% de aumento salarial nos próximos 2 anos”. Dá pra sentir no corpo, não dá?

Isso também vale pra velocidade. Prazos agressivos ajudam a tirar as coisas do papel, mas se ninguém entende por que a pressa é vital, o prazo parece arbitrário e nasce até ressentimento…

Você nunca vai controlar todo o como. Você controla visão, direção, critérios. Isso mantém qualidade quando as condições mudam. E falar sorbe o porquê não é evento único, você vai precisar repetir até achar que está exagerando (💎). Cada projeto precisa se conectar ao porquê. Quando você cansar da própria voz, as pessoas começam a ouvir. Quando elas repetirem o porquê, você ganhou tração. Aprendi essa com um cara chamado Adam Grant. Fera.

E pra finalizar as provocações de hoje, ainda no tema de comunicação, esse é um ponto muito relevante pra você considerar no seu caminho (ou possível caminho) de liderança:

O seu time precisa te respeitar, mas você não precisa que eles concordem com tudo que você faz ou fala. Esse é um dos pontos mais difíceis, mas muito importante pra entender sobre o caminho da liderança.

No começo eu confundi respeito com concordância. Pra agradar, eu quase que coletava votos do time pra tomar decisões. Cagada minha.

Olhando hoje pra trás, a palavra que melhor define o que eu fui é permissivo. O medo de desagradar me fazia segurar feedbacks e evitar tirar gente da zona de conforto quando seria bom e útil pra gente. Eu também duvidava de mim quando alguém discordava... Essa sensação é um saco, mas é real. Uma pessoa mais experiente olha isso como indecisão e dependência de validação (foi um dos feedbacks que recebi no meu primeiro desafio de liderança).

Sim, ouvir é importante. Sim, incluir perspectivas é saudável. Só que o ponto é que, no papel de gestão, você tem mais contexto e o seu trabalho é diferente do das pessoas que você lidera. Eu não conheço líder relevante que nunca tenha tomado decisão impopular na hora. Ouvir não é obedecer (💎) . Seu trabalho não é representar a vontade do time, e sim extrair o melhor dele para o objetivo maior.

Como se conquista respeito e confiança de verdade? Já falei sobre isso nessa edição antiga do the jobs, mas vou resumir aqui alguns pontos:

  • Primeiro, você entende profundamente o trabalho do time e afia seu olhar para distinguir o mediano do excelente;

  • Depois, você precisa ser honesto sobre seus pontos fortes e fracos e ajudar o time a partir do que você faz melhor;

  • Você também precisa conhecer as ambições das pessoas, treiná-las e dar oportunidade de verdade;

  • Seja transparente sobre o que acredita e mostrando no dia a dia, não só no gogó;

  • Defina expectativas claras e dê feedback o tempo todo. Sim, o tempo todo;

  • Peça feedback e aja em cima deles;

  • E sonhe grande, articulando uma visão que as pessoas queiram seguir.

Fácil, né? Risos.

Na prática é ainda mais ambíguo e incerto. Muitas escolhas são cinza. Não tem muito preto ou branco. Tem muita coisa de curto prazo contra longo prazo. Feedbacks conflitantes. Cenários com poucos caminhos bons. Quais batalhas comprar e quais deixar passar. Gente inteligente vai discordar.

Não tem resposta de livro…

  • 👀 Esse é só um aviso rápido sobre o que vamos lançar na semana que vem. A coisa vai ficar séria (e bem legal). Lançaremos o Copiloto de Carreira.

  • 😆 Kkkkk manda isso daqui pro seu amigo/a que se acha talentoso/a.

  • 🎵 Você já viu que SAIU A NOSSA PLAYLIST COUNTRY? Tem música nova lá já, atualizada da semana passada.

  • 🎥 Estamos devendo o episódio 3 da construção da nossa startup, mas é porque tem muita coisa rolando. Risos. Enquanto isso, acompanhe os outros 2 episódios aqui.

Vamos aplicar o conteúdo de hoje na prática com IA ao seu dia a dia (pra isso, você precisa ser assinante do the jobs — se você ainda não for, temos novidades a partir da semana que vem). 😉

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