👋 Boas-vindas às novas 129 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana, a newsletter para os profissionais mais preparados (e disputados) dessa geração. Agora, somos 115.741 leitores criando a maior comunidade de carreira do Brasil.
OS PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR HOJE:
👉 E se a frase "você não vai perder seu emprego pra IA, e sim pra quem usa IA" estiver te colocando exatamente do lado errado da história?
👉 O real impacto dos layoffs por IA nos EUA e no mundo (e a possível e provável consequência dele adaptado pro Brasil).
👉 A estratégia de entregáveis vs. resultados que pode te deixar vulnerável ou imune ao impacto da IA no seu trabalho.
👉 Onde ainda existe (muita) vantagem humana contra a IA e como usar essa janela de tempo pra se reposicionar antes que ela feche.
👋 Fala, Jobs!
Você com certeza já ouviu aquela mesma frase que tá virando clichê:
Você não vai perder seu emprego pra IA, mas sim pra alguém que usa IA.
Então… Essa frase até faz sentido, eu entendo por que ela “pegou”. Ela é confortável e dá uma certa ilusão de controle pra gente. Ela acalma a ansiedade e talvez até massageie o ego, tipo “é, vai ter gente afetada, mas eu provavelmente não”.

Mas vamos aprofundar de um jeito mais inteligente nela:
Pra começar, todo mundo vai estar usando IA daqui pouco tempo. Ela muito provavelmente vai estar embutida em todas as ferramentas que usamos. Ser “usuário de IA” não vai ser vantagem competitiva pra ninguém, vai ser requisito mínimo (se você não leu ainda, esse foi um dos 11 insights da conversa que tivemos com o CEO do Rock in Rio, Luis Justo).
Outro ponto é que, infelizmente, vai ter muita gente sim que vai perder parte do emprego pra IA (ou, infelizmente, todo o emprego). Já tem muita gente perdendo, na real…
Mesmo com muitas empresas não sabendo como usar IA no dia a dia, a substituição de humanos por IA vai acontecer em muitos lugares, porque significam margens muito (mas muuuito) melhores pro negócio, mesmo com uma margem de erro no trabalho da IA, por conta da economia que essa substituição vai trazer.
💎 Como essa edição pode te ajudar?
Não vou ficar falando aqui que tenho a fórmula secreta… Mas nosso papel é trazer as melhores referências pra você:
E as referências de hoje são de um cara chamado Greg Shove, CEO de uma das empresas mais relevantes de educação em IA dos EUA e do mundo, a Section, fundada pelo Scott Galloway; e Sari Azout, founder da Sublime e sócia da Level Ventures (colocamos algumas referências legais edssa turma no final da news).
💣 O caos que a IA tá causando fora do Brasil (e que tem boas chances de chegar aqui em breve):
A Klarna (uma fintech sueca gigante) reduziu o time em 40% por causa da IA. O CEO disse isso abertamente.
A IBM demitiu 8.000 funcionários (muitos, não todos, da área de RH e colocou no lugar um chatbot interno chamado AskHR pra substituir boa parte da turma de RH).
A Microsoft está com 30% do código sendo escrito por IA. Ao mesmo tempo, 40% dos layoffs recentes da empresa foram de engenheiros de software. Pensa nisso: engenheiros ensinando IA a escrever código e sendo demitidos logo depois.
A Amazon? O CEO Andy Jassy mandou um memo interno dizendo que a empresa espera precisar de "menos pessoas em muitas funções" por causa da implementação de agentes de IA (em outubro de 2025, a Amazon anunciou o corte de 14.000 posições corporativas).
A Salesforce demitiu 4.000 pessoas de customer support, dizendo que a IA consegue fazer 50% do trabalho da empresa.
A Duolingo parou de contratar freelancers para trabalho que a IA consegue fazer.
Indeed e Glassdoor, que são controladas pela mesma empresa, demitiram 1.300 pessoas (6% da força de trabalho) para "simplificar contratações usando IA e tecnologia".
What the f*ck? Quanta coisa… Até julho de 2025, 130.981 trabalhadores de tecnologia perderam seus empregos em 434 eventos de layoff só nos Estados Unidos.
PS: essas empresas não estão em crise financeira. A Microsoft reportou receita de 70,1 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2025 (+13% em relação ao ano anterior) e cortou mais de 15.000 empregos no mesmo período.
O World Economic Forum projeta que 41% dos empregadores pretendem reduzir sua força de trabalho nos próximos 5 anos por causa da automação com IA.
Agora vem a parte mais importante: todos esses casos são de empresas americanas ou multinacionais com sede e operações principais nos Estados Unidos. Os Estados Unidos estão, teoricamente, alguns meses ou anos à nossa frente em desenvolvimento econômico e adoção de tecnologia.
O que significa que existe um paralelo: o que está acontecendo lá é uma espécie de "preview do futuro" do que pode acontecer aqui no Brasil.
As grandes empresas estão “aprendendo” como fazer esses layoffs com IA (ou, pelo menos, começando a entender como a IA pode impactar, porque tem gente demitindo pra depois contratar de novo, risos). Elas já têm os processos, as ferramentas, os casos de negócio aprovados.
Empresas pequenas e médias aqui no Brasil? A maioria ainda não sabe como fazer isso, mas elas vão aprender e podem replicar esse movimento.
A boa notícia é que você ainda tem uma janela de tempo.
E é sobre como aproveitar essa janela que falaremos hoje.

Como você pode (e deve) se proteger do impacto da IA.

Muitas mudanças ainda vão acontecer por conta de um principal erro: a maioria das pessoas define seu valor profissional pelo que produz (código, apresentações, relatórios, análises, posts e textos, documentos de estratégia, emails bem escritos e por aí vai).
Isso são outputs. São os seus entregáveis…
E quando você define seu trabalho pelos outputs/entregáveis que gera, você se coloca em competição direta com a IA…
E desculpe te dizer, mas essa é uma competição que você não vai vencer.
Vou te dar um exemplo: você pode ser um escritor excepcionalmente bom, tipo top 5% da sua área. Seus textos são 30% melhores que o que o ChatGPT produz (e isso já seria muita coisa, porque a maioria das pessoas não é tão boa assim).
Mas sabe qual é o problema, mesmo pra quem é 30 ou 50% melhor que o ChatGPT? O ChatGPT é 1000 vezes mais rápido que você.
E o CFO da empresa? Ele provavelmente não vai nem piscar ao trocar seus 30% de qualidade a mais por 1000x mais produtividade.

Você vê o paralelo disso o tempo todo no LinkedIn: "O ChatGPT não consegue substituir um escritor (por exemplo) realmente incrível." Sim, ele provavelmente consegue (com certeza no caso do escritor e, se ainda não consegue na sua profissão, ele deve conseguir em breve).
Ou ainda melhor: o mercado vai escolher substituir, mesmo que a qualidade seja um pouco menor, porque a diferença de custo e velocidade é grande demais para ignorar.
Vamos colocar isso em um exemplo real. Pense em um profissional de marketing de conteúdo:
Ele passa o dia inteiro escrevendo posts para blog, emails, textos para redes sociais. A IA já faz tudo isso com 50% da qualidade dele. Em dois anos, vai estar em uns 80% (chutando baixo).
Se esse profissional define o valor dele como "escrever conteúdo excelente" (que é um entregável), ele vai perder o emprego… Mas o trabalho dele pode ser muito mais do que escrever (muito mais do que só um entregável).
Um profissional de marketing de conteúdo realmente valioso coloca o conteúdo certo na frente da audiência certa no momento certo para gerar leads e vendas (foco nos resultados, não nos entregáveis).
Isso é onde ele deveria focar o tempo, enquanto orquestra ferramentas de IA para lidar com boa parte da produção de conteúdo. Isso provavelmente significa gastar tempo em atividades novas e de alto valor, como entrevistar prospects para realmente entender seus desafios — e então gerenciar a IA para escrever sobre isso.

Viu a diferença? Um define o valor pelo pelo entregável (escrever). O outro pelo pelo resultado (gerar resultado comercial).
Reduzir o foco nos entregáveis e aumentar o foco no resultado gerado é a estratégia que vai determinar quem fica e quem sai nos próximos anos.
Então a pergunta não é "como eu uso IA melhor que os outros?"… A pergunta certa é: "como eu paro de competir no jogo errado?" 👌
Como você pode usar isso pra sua prática se você está em outra profissão?
É simples: copie essa parte do texto logo acima (do título azul “Vamos colocar isso em um exemplo real” até logo antes do GIF) e depois copie, junto com esse prompt abaixo, na sua ferramenta preferida e mais usada de IA (use a que tem mais do seu contexto):
“Entenda os fundamentos desse trecho acima e me ajude a adaptar esse mesmo racional de entregáveis vs. resultados para o meu cargo e trabalho. Me faça as perguntas necessárias pra entender meu contexto melhor, caso você não o tenha ainda.”
💎 Esse é o tipo de insight (entre muuuitos outros) que temos lá dentro do Copiloto de Carreira, a nova plataforma do the jobs, sem contar o curso de IA aplicada à sua carreira (com aulas ultra práticas e diretas ao ponto, sem enrolação).
Já temos 429 profissionais lá dentro… Vem ser o #430, porque você ainda consegue aproveitar o preço de 2025 antes do ano acabar. É só clicar no botão abaixo:
Indo mais além: 2 principais pontos onde você ainda tem vantagem contra a IA.

Agora vem a parte boa: existem áreas onde você, como humano, ainda tem vantagem estrutural sobre a IA. Não porque você é "melhor" ou "mais inteligente", mas porque a IA tem limitações fundamentais que não vão desaparecer só porque os modelos ficam mais espertos.
Entender essas vantagens é entender onde você deve concentrar seu valor.
Vantagem 1: Contexto organizacional.
A IA é boa em coisas sobre as quais ela tem muitos dados de treinamento (e como a web está cheia de dados sobre quase tudo, a IA está se tornando boa em muita coisa), mas o que a IA não tem é contexto específico da sua organização.
Mesmo que você desse acesso a todos os sistemas internos e documentos da empresa: qualquer pessoa que já trabalhou em qualquer lugar sabe que muita informação e contexto importante só existe na cabeça das pessoas.
Quem realmente decide as coisas? E quem influencia decisões?
Por que aquele projeto do ano passado fracassou?
Qual é a dinâmica política entre os times?
O que o VP realmente se importa, além do que ele diz em reuniões?
Por que a empresa tentou aquela estratégia em 2023 e nunca mais tocou no assunto?
A IA não sabe disso.

E mesmo que você tentasse explicar, quantas vezes você consegue articular todo o contexto relevante de forma explícita e concisa? O problema é agravado pelo fato de que a IA não tem (ainda) o hábito de fazer uma tonelada de perguntas para reunir contexto.
Mesmo quando você dá instruções customizadas para fazer isso, chatbots como o ChatGPT normalmente vão fazer apenas perguntas superficiais antes de começar a gerar uma recomendação ou entregável.
E mesmo se fizesse mais perguntas: quem quer responder uma série de 57 perguntas por escrito? Risos.
Essa lacuna de dados vai diminuir conforme integramos IA no nosso trabalho diário, mas, pelo menos por enquanto, isso coloca a IA em desvantagem contra você.
Vantagem 2: Trabalho não-digital
A IA consegue executar muitas tarefas (escrever código, criar visuais, rascunhar documentos…), especialmente bem em empresas de tecnologia, porque os entregáveis são completamente digitais e a execução pode ser feita por uma pessoa (ou agente de IA) do começo ao fim.
Mas a parte difícil de qualquer iniciativa grande no trabalho não é essa execução… É alinhar diferentes times e mantê-los sincronizados. É conseguir buy-in de executivos. É decidir ownership e garantir recursos.
Quanto maior a empresa, mais importante (e desafiador) isso é.
E tem funções que são quase exclusivamente baseadas em interação humana: vendas, por exemplo. Enquanto a maioria dos tomadores de decisão forem humanos, vai haver necessidade de humanos para influenciá-los.
Mesmo que a IA consiga fazer argumentos convincentes no papel: uma transcrição de chat não vende. Pessoas vendem.
De novo, se algum dia chegarmos ao ponto em que grandes partes das empresas são geridas por agentes de IA, muitos desses pontos de atrito humanos (e a necessidade de pessoas para lidar com eles) vão desaparecer.
Mas enquanto você tiver humanos em posições-chave, a diferença entre um projeto fracassado e um sucesso vai ser o quão bem você navega essas situações.
A janela ainda está aberta. Você pode aproveitar.

Eu sei que isso tudo pode parecer assustador… E deveria.
Mas a parte que muita gente não está prestando atenção é essa: você ainda tem tempo.
Lembra do paralelo temporal? Os Estados Unidos estão alguns passos à frente do Brasil nisso. As grandes empresas americanas estão à frente pensando em como (ou se deveriam) fazer os layoffs com IA. Elas têm os processos, as ferramentas, os business cases aprovados. As empresas brasileiras - especialmente as pequenas e médias - ainda não sabem, mas vão aprender.
E quando aprenderem, vão replicar.
Isso te dá uma janela. Você pode usar essa janela pra fazer o benchmark, pra redefinir seu valor, pra se posicionar nos lugares onde a IA tem desvantagem estrutural, pra se tornar a pessoa que orquestra IA e times humanos, em vez da pessoa que simplesmente executa outputs que a IA pode replicar.
Ou você pode ignorar tudo isso e esperar:
Esperar até que seu chefe descubra que a IA pode fazer 70% do seu trabalho;
Ou esperar até que o CFO decida que 70% de qualidade com 1000x de velocidade é uma troca que vale a pena;
Ou esperar até que você precise reinventar seu valor profissional durante o processo de layoff, não antes.
Muita gente vai acordar para as capacidades da IA de uma hora para outra, e vai ficar chocada ao descobrir que a IA pode fazer muitos dos outputs dentro dos seus trabalhos.
Então seja vigilante. É justo ligar o botãozinho da paranoia com isso agora. Seja honesto consigo mesmo. Descubra quais outputs você cria que a IA pode fazer por você.
Garanta que todo dia seja gasto gerando os resultados (não só os entregáveis) pelos quais você quer ser conhecido...
Nós criamos o Copiloto de Carreira, uma plataforma que tem um curso de IA aplicada à carreira (além de cursos de comunicação, produtividade e muito mais) pra te ajudar com isso.
Lá, você também vai aprender com profissionais e executivos das maiores empresas do Brasil e mundo sobre como eles aplicam IA nas suas carreiras e também sobre como eles tomam decisões na carreira.
É literalmente um copiloto pra você ter ao lado. É só clicar nesse botão aqui pra conhecer:
❓ Se você achar que não faz sentido, tá tudo bem. Faça o exercício que propusemos pra você nessa newsletter de hoje. Só não fique parado/a.
Talvez o trabalho mais difícil seja descobrir o que só você (com sua experiência vivida, suas falhas acumuladas, a textura específica das suas obsessões, as escolhas e riscos que você está disposto a tomar por causa do que você sobreviveu) consegue fazer.
Trabalho que exige que você tenha estado em algum lugar e sentido alguma coisa. Trabalho que não pode ser gerado por prompt. Trabalho que emerge da complexidade irredutível de ser humano (estamos quase virando poetas aqui, risos).
Lembre-se:
É certo ter medo. Eu tenho também.
Mas não é certo enterrar a cabeça na areia. A janela está aberta, mas ninguém sabe por quanto tempo.
🫵 O que você vai fazer com ela?
ALGUMAS INDICAÇÕES PRA VOCÊ LER, OUVIR (OU PELO MENOS DAR UMAS RISADAS).
📚 Essa daqui é a fonte das fontes (risos) sobre os layoffs citados, vale clicar nas referências. Aqui tem alguns depoimentos de pessoas impactadas por layoffs. Tenso.
😆 HAHAHA esse cara é o John Neely Kennedy e ele tem muitas frases assim. Essa se aplica muito bem pros dias de maior estresse no trabalho.
🎵 A nossa playlist. foi atualizada de novo. Haja música boa!!! 🤠
🎥 Se você ainda não viu o episódio 3 da construção da nossa startup que lançamos no YouTube, é só clicar nesse link aqui pra assistir.
Boa, chegamos ao final de mais um 1:1!
Se você acha que ainda podemos melhorar, por favor, não hesite em mandar o feedback!
O que você achou dessa edição?
Nos encontramos na semana que vem — e espero que você consiga traduzir essa edição para o seu dia a dia.
Se eu puder ajudar com algo, não hesite em me mandar uma DM e dizer que veio do the jobs.
🆘 Ou, se for algo mais técnico, clique aqui pra falar com o nosso suporte. Eles resolvem rapidinho.
Um abraço e let’s f*cking go,
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