fui nos bastidores da Disney

nada ali é mágica... o segredo é outro

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Fala, Jobs.

Chegou o momento do seu 1:1 favorito — e hoje é dia de uma edição especial!

Só a edição de hoje já paga a anuidade do the jobs por alguns anos, porque vamos trazer aqui um conteúdo que você só encontraria se pagasse alguns milhares de dólares.

Literalmente.

Hoje, eu quero compartilhar com vocês os principais aprendizados que eu tive em um curso de 5 dias que fiz no Disney Institute, o braço de educação da Disney, chamado Leadership Excellence (Excelência em Liderança).

Eu não sei você, mas eu sempre admirei a Disney por conta da marca e cultura, e não por conta dos parques ou coisas do tipo.

Mas depois desse curso eu conheci a Disney como business — e é impressionante:

  • Mais de 190 bilhões de dólares em valor de mercado (isso é um absurdo, coloca ela entre as 65 maiores empresas do mundo);

  • Quase 90 bilhões de dólares de receita em 2023;

  • Mais de 150 milhões de assinantes do Disney+;

  • Mais de 220 mil pessoas empregadas.

E o engraçado é que muita gente fala da mágica da Disney como se realmente fosse algo de outro mundo.

Mas a Disney não tem mágica. A Disney tem processos.

A melhor explicação pra isso é uma frase que ouvi de um cara incrível que foi VP da Disney que traduz a “ausência de mágica” da Disney:

Nada aqui é acidental. Tudo é intencional. Se alguma coisa foi feita pela nossa equipe, é porque pensamos nisso e decidimos isso. Essa intencionalidade faz com que a “mágica” da Disney apareça — que nada mais é do que processos bem desenhados e seguidos por boas pessoas.

A parte do “nada mais é do que processos bem desenhados e seguidos por boas pessoas” é a mais importante. E a palavra intencional aparece logo na primeira página da apostila do curso.

É sobre isso que vamos falar hoje. Como podemos aprender os princípios de liderança de uma das empresas que mais forma líderes no mundo — e como podemos aplicá-los na prática, literalmente, a partir de hoje.

Os assuntos de hoje
  • 1: Como a Disney se atenta aos detalhes em tudo que faz, traduzindo o princípio “mais importante do que o que você faz é o que você é” para a prática, com exemplos de como podemos aplicar isso no nosso dia a dia.

  • 2: Como a liderança da Disney pensa e executa os seus valores de uma maneira muito além de simplesmente escrever missão, visão e valores na parede em palavras que parecem “encheção de linguiça”, também com exemplos de como podemos fazer isso em nossos trabalhos.

  • 3: Uma aplicação simples sobre como a Disney traduz seus valores para o dia a dia dos funcionários - e como todos eles conseguem entender exatamente o que precisa ser feito.

  • 4: O guia para você aplicar no seu trabalho o princípio que faz a comunicação da Disney ser tão eficiente da liderança para mais de 220.000 colaboradores ao redor do mundo.

  • 5: Como “subir a barra” e elevar os padrões de excelência pode ser feito por qualquer um em qualquer cargo.

Além disso, vamos responder a 3 principais desafios de leitores, sobre os seguintes temas:

  • Estou substituindo um grande líder e com receio de não atender as expectativas. O que faço?

  • “Meu líder indicou uma pessoa que está desalinhada com a cultura e tenho medo de confrontar a opinião dele. O que faço?”

  • “Fui desligado e consegui outro desafio rápido, mas tenho medo de desanimar por não ser tão bom quanto o último desafio. O que faço?”

Já são mais de 217 desafios encaminhados pelos assinantes do the jobs (e por volta de 20 já respondidos — de pouco em pouco a gente chega lá).

E essa é mais uma edição inspirada por desafios de assinantes. As próximas podem ser inspiradas pelo seu desafio. 😉 

Se você está passando por um desafio atualmente e gostaria de vê-lo aqui em uma edição do the jobs, você precisa se tornar um assinante para poder enviar seus desafios.

Os 5 principais aprendizados de dentro da Disney sobre liderança
Mickey Mouse Smile GIF

O trem-bala da Disney

A apostila de liderança do curso tem quase 100 páginas. Em outras palavras, realmente fica difícil colocar tudo em uma única edição…

Eu fiz um exercício legal de priorização do conteúdo a ser escrito aqui, levando em consideração principalmente a prática do que nos mostraram nos bastidores da Disney.

Então, prepare-se para entender exatamente o que faz com que a “mágica” da Disney realmente aconteça.

São 5 principais aprendizados:

#01: “Quem você é” importa mais do que “o que você faz”

Liderança é quem você é, não o que você faz — e muito menos seu cargo.

Um outro jeito de falar isso é que “gestão é sobre fazer, mas liderança é sobre ser”.

  • Quanto você realmente se importa com as pessoas à sua volta?

  • Quanto você realmente ouve as pessoas? Você costuma ouvir pra já responder ou ouvir pra entender?

  • Quanto respeito você tem com pessoas que têm problemas diferentes dos seus?

Os detalhes importam — e muito.

Curiosamente, a primeira página da apostila da Disney fala que “a fórmula do sucesso da Disney está na atenção infinita aos detalhes (da operação à liderança), às pequenas coisas, aos pontos que parecem insignificantes para outros, que os consideram não valer o tempo, dinheiro e esforço pra dar atenção”.

Dizem por aí que “quem não entende de pessoas não entende de liderança ou de empresas”.

Tudo é sobre pessoas.

Como traduzir isso para a prática?

Minha sugestão é começar literalmente fazendo um Raio X da sua atuação no trabalho hoje, independente de ser ou não líder de uma área.

Eu responderia a uma única pergunta: ”Em quais interações como pessoa eu posso melhorar?”

Não viaje nas ideias de tudo que pode melhorar, mas sim de tudo que pode ser melhorado literalmente agora, com pouco esforço e pequenas mudanças.

Essa atenção aos pequenos detalhes já muda muita coisa.

E, mais que isso, para resolver um problema, precisamos primeiro entendê-lo bem. Fazer esse mapeamento com certeza já vai ajudar com isso.

Você vai perceber que pode ajudar mais um colega com quem trabalha; vai perceber que pode ser mais atencioso/a com uma outra pessoa que talvez esteja passando por problemas; vai perceber que poderia dar um bom dia mais animado para os seus colegas…

Você vai perceber muita coisa — das maiores às menores. Não deixe essa oportunidade passar.

#02: Tudo começa com valores

No curso do Disney Institute, nós tivemos pelo menos 4 interações com diferentes líderes.

100% deles começaram falando sobre valores.

Mas não era aquela visão simplista de ter uma frase legalzinha pra “missão, visão e valores”.

Todos eles falavam de como os valores definiam as suas atitudes.

Os valores precisam ser guias para o nosso comportamento.

Valores são bússolasTudo precisa estar de acordo com eles.

Todos eles falavam de como líderes precisam proativamente estabelecer valores e agir de acordo com eles.

Todo líder está a todo momento contando uma história sobre o que ele valoriza.

O que você faz dita o que você valoriza. O que você fala não importa muito…

Tem uma frase legal que diz que “suas atitudes falam tão alto, que não consigo ouvir o que você fala”.

Como traduzir isso para a prática?

Se você precisasse dizer agora 3 principais valores que guiam as suas atitudes (ou que precisam guiar as atitudes de todos na sua empresa), quais seriam?

Importante para esse exercício: valores costumam estar no que já somos, não no que queremos ser e nunca conseguimos ser (porque criamos uma imagem muito perfeita na cabeça).

Já cansei de ouvir pessoas não disciplinadas dizerem que disciplina é um valor delas…

Outro ponto importante é priorizar os 3 principais.

Eu sei que existem mais coisas… Mas (por volta de) 3 precisam ser mais importantes.

E, por favor, não escreva 3 valores como palavras.

Palavras são muito subjetivas. Frases são mais específicas e objetivas. Escreva tudo com exemplos do seu dia a dia.

Um exemplo meu:

Em vez de escrever “honestidade”, eu escrevo:

“Não importa o quão desconfortável seja fazer ou deixar de fazer algo, se for o certo, é o caminho, independente do benefício que possa haver do outro lado. O certo é certo, mesmo se ninguém estiver fazendo, e o errado é errado, mesmo se todo mundo estiver fazendo. A honestidade é a base sólida para tudo e a desonestidade cancela todas as outras virtudes. E lembre-se de que o seu progresso só acontece quando você é honesto também consigo mesmo.”

Escrever com as suas próprias palavras é mais importante do que parece. Pode confiar.

#03: Clareza sobre os comportamentos desejados

Colocar “quem somos” em primeiro lugar (aprendizado 1+ guiar todas as nossas ações com valores (aprendizado 2= ter clareza sobre os comportamentos desejados dentro da sua empresa (aprendizado 3).

Se um líder, com tudo que ele faz e em todo momento, está sempre contando uma história sobre o que ele valoriza, então um líder precisa ter um “guia” sobre seus comportamentos, certo?

É simples: Se o que eu faço deveria ser visto como exemplo, eu também deveria saber explicitamente qual exemplo preciso dar.

Existe uma regra na Disney que facilita tudo isso e torna possível replicar esses comportamentos desejados de liderança: essa regra é “mostre em vez de falar”.

Todos os líderes precisam obrigatoriamente ter passado e executado a exata posição dos seus liderados, porque assim eles podem “mostrar como fazer, em vez de só falar como fazer”.

PS: Repare em como a história se conecta entre todos os aprendizados. Isso é a intencionalidade da Disney. O discurso deles é sempre muito consistente.

Como traduzir isso para a prática?

Parte 1 desse exercício é saber com clareza quais comportamentos seus não estão entre os comportamentos desejados da liderança.

Sim. Primeiro, você precisa entender o que é errado.

Se eu quero melhorar, preciso primeiro saber o que precisa ser melhorado”.

Parte 2 desse exercício é um complemento do exercício 2 sobre valores.

Sugiro que continue o exercício 2 e que seja mais detalhista. Usar mais exemplos, mais situações e mais erros (sem citar nomes) que ilustrem o que devem ser comportamentos desejados.

Por exemplo, no valor de honestidade que dei de exemplo acima, um comportamento desejado pode ser:

Independentemente de haver ou não um consenso, sempre se posicione e deixe transparente a sua opinião. Se tiver dúvidas em como falar sua opinião, inicie sua frase dizendo: “Pessoal, não sei exatamente como dizer tal coisa, mas tem as melhores intenções e quer ser transparente, portanto _____.”

#04: Boa comunicação é o que sustenta tudo isso

Uma boa comunicação pode ativamente reforçar a cultura de um time e de uma empresa, enquanto uma comunicação ruim pode gerar rupturas na cultura de um time e de uma empresa.

Essa é a frase introdutória do capítulo de comunicação da apostila do Disney Institute, que fala bastante sobre como pessoas e organizações subestimam a comunicação como uma das principais ferramentas para construir (ou destruiruma cultura.

De novo: Pessoas subestimam a comunicação como ferramenta de construção de cultura.

(Por favor, não cometa o erro de achar que somente líderes devem pensar em cultura. Isso não poderia ser menos verdade. É uma responsabilidade de todos, mas liderada por uma pessoa.")

Comunicação está em tudo, desde como escrevemos um e-mail até como cumprimentamos as pessoas no ambiente de trabalho.

Mais alguns pontos: A boa comunicação precisa estar em tudo, porque é ela que reforça a cultura e os comportamentos desejados. A má comunicação pode, por exemplo, prejudicar um bom trabalho feito no recrutamento e seleção de colaboradores.

E quando falamos sobre comunicação, fica uma dúvida de “como e quanto comunicar”…

Conecto aqui uma das grandes inspirações que tenho, Adam Grant, com uma frase inspirada nesse tweet:

"É melhor comunicar a mais e eventualmente parecer redundante do que comunicar menos e parecer que não liga para as coisas ou parecer confuso”.

Adam Grant

Como traduzir isso para a prática?

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  • O guia para você aplicar no seu trabalho o princípio que faz a comunicação da Disney ser tão eficiente da liderança para mais de 220.000 colaboradores ao redor do mundo.

  • Como “subir a barra” e elevar os padrões de excelência pode ser feito por qualquer um em qualquer cargo.

E respostas aos seguintes desafios dos nossos assinantes:

  • Estou substituindo um grande líder e com receio de não atender as expectativas. O que faço?

  • “Meu líder indicou uma pessoa que está desalinhada com a cultura e tenho medo de confrontar a opinião dele. O que faço?”

  • “Fui desligado e consegui outro desafio rápido, mas tenho medo de desanimar por não ser tão bom quanto o último desafio. O que faço?”

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