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#233: como definir e impor limites que funcionam

um dos hábitos dos profissionais de alta performance

👋 Boas-vindas às novas 172 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana! Com vocês, somos 112.298 leitores na maior comunidade de futuros&novos líderes do Brasil.

RESUMO DOS ASSUNTOS DE HOJE PRA QUEM TÁ NA CORRERIA:

Nessa edição:

👉️ Por que não adianta pensar em novos hábitos, rotinas ou aplicativos sem considerar seus limites;

👉️ 6 padrões disfuncionais que podem estar te sabotando — e como descobrir em qual deles você se encaixa;

👉️ Como definir e impor mais limites na sua vida de acordo com profissionais de alta performance (4 categorias e 11 práticas);

👉️ Um vídeo novo no nosso canal do YouTube sobre como dizer “não”;

👉️ 2 prompts específicos pra você copiar e colar (e literalmente aplicar a edição de hoje no seu dia a dia).

Fala, Jobs!

Tá na hora do nosso 1:1 semanal e já vamos direto ao ponto hoje:

Olha esse paradoxo (meio doido) sobre saúde mental no trabalho:

Muitas vezes, a gente tenta resolver nossa exaustão e cansaço fazendo mais.

Mais organização.

Mais rotina.

Mais hábitos.

Mais produtividade.

Só que tem uma coisa que precisa vir antes de qualquer hábito, antes de qualquer técnica e antes de qualquer tentativa de se cuidar melhor: saber criar limites.

É aquela analogia que já usei aqui no the jobs (antes, eu usei a analogia falando sobre produtividade, mas se aplica a isso também): é como se a gente estivesse querendo construir um prédio em um terreno que ainda tá cheio de entulho.

Na analogia, o prédio são mais iniciativas de autocuidado e o entulho é a exaustão. Não faz sentido construir o prédio sem lidar com o entulho primeiro.

Aviso: se você não leu a edição da semana passada sobre como gourmetizaram a saúde mental, recomendo ler tanto a newsletter quanto assistir o vídeo no YouTube.

Enfim, o ponto que vamos abordar hoje aqui é que quando não definimos limites, não existe autocuidado que dê conta.

Não existe terapia, meditação, banho quente, pilates, viagem pro interior… Não existe descanso que compense a falta de limites.

“Beleza. Entendi que preciso definir limites… Mas ninguém nunca me falou como fazer isso.”

Pois é. Eu aprendi isso depois de literalmente abraçar mais tarefas do que eu conseguia e não ter recebido nem metade do reconhecimento que eu achei que deveria ter recebido.

Quem ensina esse tipo de coisa pra gente?

  • Como dizer não sem parecer descomprometido?

  • Como colocar uma linha entre sua vida e o trabalho sem carregar culpa?

  • Como se proteger da sobrecarga sem parecer que você não dá conta?

  • E o principal ponto do the jobs: como impor limites sem deixar com que isso seja uma justificativa pra limitar minhas ambições?

Na edição da semana passada, a gente falou sobre um exercício muito legal que ajuda a mapear 5 dimensões (física, emocional, social, espiritual e intelectual) pra entender “onde tá o buraco”.

Na edição de hoje, vamos falar sobre como proteger nosso espaço, porque não adianta nada perceber que tá exausto, que tá emocionalmente drenado, que sua vida social tá no zero e ainda assim seguir dizendo sim pras coisas que aparecem.

Ah, e um ponto bem relevante:

O post de hoje foi feito com base em um material riquíssimo que encontramos do Lenny’s, uma das newsletters mais legais que acompanhamos sobre business e carreira lá de fora (ele tem um foco diferente do the jobs, olhando especificamente pra quem trabalha em startups, principalmente na área de Product Management).

Eles fizeram uma pesquisa com 190 profissionais de diferentes startups sobre “como eles lidam com exaustão e a sensação de burnout”.

Quero ver se você adivinha um dos dados mais relevantes dessa pesquisa:

Qual o percentual de profissionais que já sentiram exaustão/esgotamento (burnout) na pesquisa?

(de acordo com a pesquisa citada)

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

Nós não encontramos uma pesquisa com essa qualidade de informações no Brasil, mas pensamos em mapear o mood de vocês por aqui pra entender como estamos por aqui.

(Dá pra dizer que tanto por essa repercussão que a pesquisa teve nos EUA e também pela repercussão e comentários que recebemos da nossa última edição aqui do the jobs que é um assunto super pertinente pra muita gente).

Qual é o nível de exaustão/esgotamento que você sente no seu trabalho?

queremos ouvir sua autopercepção sobre a questão do burnout

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

E esse daqui é o gráfico que mostra o dado dos 84% que reportaram algum nível de burnout (resposta da pergunta que fizemos acima).

O número assusta, né?

E já vamos pegar um gancho no seguinte: quando falamos de impor limites (ou, na verdade, da dificuldade de impor limites), existem alguns padrões de comportamentos que podemos chamar de disfuncionais.

Padrões que nos atrapalham e que estão presentes no dia a dia desses 84% que passam por algum tipo de exaustão/esgotamento.

Em qual dos padrões abaixo você se identifica?

Você provavelmente se encaixa em um (ou mais) desses a seguir.

Eu me encaixei no 1 e 2 durante os primeiros 5 anos da minha carreira e hoje me encaixo mais no 5.

1️⃣ O Acelerado.

Quer provar que é bom, que merece estar ali, que é competente e veloz. Se atropela, não prioriza direito, não respira. Está sempre no modo: “Preciso entregar, aparecer, mostrar que sou foda.”
👎️ Resultado: ansiedade, decisões ruins, retrabalho, esgotamento e relações desgastadas.

2️⃣ O Bonzinho.

Diz sim pra tudo. Medo de desapontar, de ser visto como descomprometido, de ser esquecido. Vive na lógica: “Se eu disser não, não vão mais me procurar.”
👎️ Resultado: burnout, ressentimento, perda da própria autonomia.

3️⃣ O Cavaleiro.

Cavaleiro, porque veste uma armadura de segurança e competência. Não admite dúvida, não pergunta, não se mostra vulnerável. Vive no modo: “Se eu mostrar qualquer insegurança, vão achar que eu não sirvo pra ser líder.”
👎️ Resultado: bloqueia aprendizado, se isola emocionalmente e cria relações superficiais.

4️⃣ O Herói.

Não pede apoio, não delega, não mostra dificuldade. Vive na lógica: “Se eu pedir ajuda, eles vão achar que não dou conta.”
👎️ Resultado: solidão operacional, sobrecarga, autossabotagem e desgaste silencioso.

5️⃣ O Centralizador.

É aquele que pensa “ninguém faz tão bem quanto eu”. Centraliza tudo. Desconfia da capacidade dos outros. “Se deu errado, é porque não fizeram do jeito certo — o meu jeito.
👎️ Resultado: vira gargalo, perde eficiência e desgasta relações.

6️⃣ O impostor.

Esse é o profissional com a síndrome do impostor e que deixa essa síndrome evitar você de se posicionar e não reivindicar espaço. Vive no modo: “Não sou tão bom quanto eles acham. Melhor não me expor.
👎️ Resultado: vira invisível, perde oportunidades, não cresce.

Esse profissional tem outra variável que é aquele que molda opiniões, prioridades e até seus valores para agradar quem está acima. Vive no modo: “Se eu mostrar que penso como ele, serei promovido.”
👎️ Resultado: perde autenticidade, gera desconfiança no time e fragiliza sua própria autoridade.

🤖 ao final dessa edição, temos alguns prompts pra você usar com sua ferramenta de IA e aplicar esse conteúdo na prática para o seu dia a dia.

Por que é importante identificar esses padrões?

Resposta simples e direta: porque o primeiro passo de resolver um problema é entendê-lo.

Se algum desses padrões se manifesta com frequência no seu dia a dia, as chances são altas de que você esteja caminhando em direção a algum tipo de exaustão/esgotamento.

Pra identificar um problema com especificidade, lembre-se de responder perguntas como:

  • Em quais situações ou momentos esse problema costuma acontecer?

  • Existe algum padrão de com quem esse problema costuma acontecer?

ESSA, INCLUSIVE, É A FRASE DA SEMANA 💭 

Um problema bem definido é um problema 50% resolvido.

Boa parte da ansiedade no trabalho não vem da dificuldade da tarefa, mas da falta de clareza sobre o que, de fato, precisa ser resolvido.

Quem domina o problema, domina o caminho. Quem não domina, vira refém do improviso.

Saber identificar (de um jeito específico) qual é o problema é 50% da solução desse mesmo problema.

Diz a lenda que essa frase foi falada pela primeira vez por Charles Kettering, head de pesquisas da General Motors de 1920 a 1947.

Não foi Einstein, risos.

Antes de aprofundarmos nessa big idea, temos um recado da Randoncorp, que patrocinou essa edição do the jobs:

Um papo sobre o que significa a “nova liderança”.

Pessoas com visão de futuro buscam por mais.

Querem transitar, criar impacto e, principalmente, trabalhar em lugares onde liderança não é só sobre cargo — é sobre construção.

  • Se você também tá repensando o que significa crescer na carreira hoje, precisa ouvir esse papo.

No novo videocast da Randoncorp, multinacional presente em mais de 125 países, o tema é exatamente esse:

💡 O que é ser uma liderança no mundo atual?
💡 Como navegar entre IA, ESG, inovação e, no centro disso tudo… pessoas?
💡 E como construir uma carreira que tenha tanto impacto quanto propósito?

E se, no meio do papo, bater aquele clique de: “é isso que eu quero pra minha carreira”…

O Leading The Future, programa de aceleração de carreira da Randoncorp, tá com inscrições abertas. São dois anos de desenvolvimento real, job rotation, projetos estratégicos e mentorias.

As informações sobre o cargo: 💰 R$ 13 mil | 📍primeiros 6 meses em Caxias do Sul (RS) com possíveis mudanças para outros países | 🕓 Inscrições até 25/06

Como definir e impor limites que funcionam.

No início da edição de hoje, eu citei a pesquisa que embasou essa edição, feita com quase 200 profissionais de algumas das maiores startups do mundo.

Quem liderou essa pesquisa foi esse cara aqui, que foi o líder de setores de pesquisas no Airbnb, Twitter e Meta (pouco currículo).

Em outras palavras, o título dessa edição também poderia ser: “como dezenas de profissionais de algumas das maiores startups do mundo mantêm sua saúde mental em dia” (ou: “como eles evitam o burnout”).

Dito isso, vamos compartilhar as melhores práticas sobre como criar melhores limites e se proteger da exaustão.

Pra não ficar repetindo no texto a frase “profissionais que melhor lidam com a exaustão/esgotameneto”, vou usar o termo “conquistadores” ⚔️ (que, inclusive, a pesquisa original usa: “burnout conquerors”).

Separei essas práticas em 4 categorias:

1️⃣ Autonomia.

Eu comentei rapidamente sobre isso nos últimos vídeos que gravamos no YouTube, mas a autonomia é um dos principais fatores essenciais para a motivação humana de acordo com a ciência (e, por isso, ela está como a 1ª categoria).

👉️ O jeito mais fácil de ter autonomia é atingindo seus resultados.

Em vez de simplesmente esperar que as pessoas confiem em você, os conquistadores têm um senso apurado pra (1) entregar resultado em várias pequenas tarefas e projetos e (2) comunicar em todas as direções essas entregas.

Isso gera confiança e credibilidade, o que aumenta sua autonomia e, consequentemente, te dá mais espaço.

👉️ Auditoria do seu calendário.

Também já comentei isso aqui em outras edições do the jobs sobre produtividade, mas tem um cara que se chama Elad Gil (dá um Google no currículo dessa fera, é um absurdo) e ele faz uma auditoria semanal do calendário:

Se a maioria das atividades na agenda não estiver relacionada às prioridades, é uma semana mal organizada.

Além disso, os conquistadores, independente da área, se esforçam pra ter horário de deep work nas suas prioridades que estejam reservados e que sejam inalteráveis em suas agendas.

Em resumo: quem lida bem com a exaustão tem guarda alta com seu calendário.

👉️ Separar o que é urgente do que parece ser urgente.

A turma que melhor lida com o burnout, de acordo com a pesquisa, é a turma que sabe que muito do que chega urgente pra gente não é necessariamente urgente.

Muita coisa urgente que chega pra você é, na verdade, coisa mal gerenciada pelos outros. A melhor maneira de descobrir isso é perguntando mais quando as demandas chegam até você.

O objetivo não é perguntar pra escancarar na cara dos outros que não é uma urgência sua — o objetivo é criar espaço pra negociação de quando entregar essa tarefa, se possível.

2️⃣ Saber dizer não.

Acho que vai ser impossível terminar esse vídeo sem ter pelo menos algumas novas práticas pra você testar.

👉️ Limite precisa ser explícito.

Se você não comunica seus limites, o mundo simplesmente vai assumir que você não tem tantos limites. Ninguém é obrigado a adivinhar.

Se você não diz, as pessoas entendem que você tá disponível, tá ok e tá confortável.

Sabe aquela frase mental: “uai, mas é tão óbvio que eu tô sobrecarregado, as pessoas vão perceber”? Então… Essa frase não pode ser mental. Não existe limite implícito.

Comentei bastante no vídeo que comentei acima sobre isso.

👉️ Bloquear sua agenda.

Essa também é uma forma de dizer não — e o melhor ainda é que com o calendário ocupado você já responde não antes da pessoa te pedir efetivamente.

Pode significar não fazer reunião no almoço ou antes das 9h; pode significar desconectar em tal horário; pode significar deixar o Slack/Teams desconectado um horário etc. Obviamente, não são coisas que todo mundo consegue fazer, mas o conceito se adapta a diferentes realidades.

👉️ Criar pausas.

A gente costuma menosprezar o poder das pausas. Pense nas pausas divididas em três categorias:

  • Pausas diárias: pausar de 1 a 5min a cada 45-60min pra se alongar, tomar água, desfixar o olho da tela, levantar; e pausas um pouco maiores de 10min, seja no almoço ou no meio da manhã/tarde. O objetivo aqui é reduzir a fatiga cognitiva e resetar tanto seu humor quanto sua capacidade de foco.

  • Pausas semanais: um ritual semana que dura de 30-60min pra refletir sobre o que deu certo, o que não deu, o que drenou a energia e o que recarregou a energia; e metade de um dia, se possível, longe das telas. O objetivo aqui é sair do modo execução (que estamos quase sempre) e recalibrar prioridades.

  • Pausas mensais/bimestrais/trimestrais (como preferir): criar “mini sabáticos” de 1 a 3 dias por mês sem nenhum input de trabalho e idealmente com mudança total de cenário do padrão de trabalho — preferencialmente com atividades que induzem o flow; e retiros trimestrais de 1 a 2 dias pra refletir. O objetivo aqui é dar um reset total, renovar a criatividade e, principalmente, se distanciar dos fatores crônicos de estresse.

Nem sempre dá pra seguir exatamente isso, mas é o padrão que os conquistadores trouxeram nas pesquisas. Adapte para a sua realidade.

3️⃣ Radar ligado.

Os conquistadores são aqueles que vão além do básico, que é tratar sua saúde e bem estar como “infraestrutura crítica profissional”.

👉️ Conhecer seus “avisos prévios” de exaustão.

Isso nada mais é do que autoconhecimento. Os conquistadores estão conectados com seus sentimentos e reconhecem sinais físicos e emocionais que avisam desse esgotamento.

Prestar atenção ao seu corpo (no meu caso: pé batendo, mordendo unha da mão, postura desleixada na cadeira — coisas que não costumo fazer com frequência) te permite detectar com mais facilidade quando algo tá fora do lugar.

É literalmente como se um radarzinho apitasse falando que você tá no caminho errado.

👉️ Monitorar saúde física.

Você não conhece (e eu também não) ninguém que costuma ter um bom dia depois de noites ruins de sono — e existe um motivo óbvio pra isso.

Nem sempre dá pra ter a melhor rotina de sono, mas é muito fácil perceber quando 2 ou 3 dias seguidos se acumulam.

Mais que monitorar isso, os conquistadores mostraram um padrão: atividades físicas constantes 5 a 6 vezes por semana.

👉️ Estar aberto a diferentes formas de terapia.

Um dos fatores que mais se destacou na pesquisa foi isso: os conquistadores se sentem confortáveis conectando com suas emoções e indo à terapia. Eles encaram isso como “saúde preventiva”.

4️⃣ Saber se posicionar.

Aqui, não estamos falando de posicionamento como “marketing pessoal” ou nada do tipo — mas sim de saber se colocar em uma “posição física” de alavancagem.

👉️ Com quem eu trabalho é tão importante quanto o próprio trabalho.

Frases como “escolho meu trabalho com base nas pessoas com quem eu trabalho” foram muito comuns na pesquisa.

👉️ Clareza dos seus valores.

Por último, os conquistadores têm uma clareza enorme de o que é realmente importante pra eles em termos de valores, tanto da empresa de onde trabalham, quanto das pessoas à sua volta.

Sem esse alinhamento, a exaustão é praticamente inevitável.

NOSSA SEÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APLICADA À CARREIRA.

Nessa seção, te ensinamos a usar a inteligência artificial pra aplicar os assuntos falados aqui hoje ao seu dia a dia, com o seu contexto.

É por isso que o the jobs é literalmente a newsletter mais prática do mundo. 😉 

Hoje, temos 2 prompts bem completos pra você. O primeiro prompt é esse:

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