#245: o aviso sobre IA da CEO de 26 bilhões

e como isso vai impactar sua carreira

👋 Boas-vindas às novas 127 pessoas que se inscreveram no the jobs na última semana, a newsletter para os profissionais mais preparados (e disputados) dessa geração. Agora, somos 114.272 leitores criando a maior comunidade de carreira do Brasil.

OS PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR HOJE:

Nessa edição:

👉️ Aprendizados de uma pesquisa sobre “usar IA na carreira” feita com mais de 10 mil profissionais ao redor do mundo.

👉️ Os conselhos da CEO do Slack pra como começar a aplicar IA na sua carreira.

👉️ 4 provocações que te ajudarão a terminar essa newsletter com um plano de ação.

🎥 Nosso último vídeo no YouTube conta mais sobre como nós batemos mais de 100 mil leitores na nossa newsletter (e também sobre o que vamos fazer daqui pra frente).

Salve esses conteúdos para ler depois da edição de hoje.

Fala, Jobs!

Nas últimas semanas, começamos as edições com uma história rápida. Dessa vez, vamos direto ao ponto pra reforçar o recado mais importante de 2025: a nova carreira envolve Inteligência Artificial como parte inseparável do seu trabalho.

Não é a primeira vez que falamos sobre isso e não será a última.

Essa é mais uma edição que vai te trazer informações relevantes sobre como pode ser o futuro do seu trabalho e, também, sobre como proteger sua carreira.

O Slack, pra quem ainda não conhece, é uma empresa de 26 bilhões de dólares. Bilhões com B mesmo.

Eles fizeram uma pesquisa com 10.045 pessoas ao redor do mundo e aprenderam algumas coisas novas (além de outras óbvias, como o fato de que 96% dos profissionais sentem uma urgência de incorporar IA em suas operações), como o fato de que 2/3 dos profissionais ainda não usavam IA (a pesquisa foi feita há pouco mais de um ano) e também aprenderam que apenas 7% dos profissionais confiam nas respostas da IA.

Só que o mais curioso dessa pesquisa é o que esse quadro acima mostra: os profissionais que mais usam IA também têm maior satisfação no trabalho (em resumo, eles se sentem mais produtivos, sentem que conseguem equilibrar vida e trabalho melhor, têm maior senso de pertencimento, conseguem gerenciar estresse e ansiedade melhor, percebem maior flexibilidade e habilidade de focar). Não é uma pesquisa científica, mas isso provavelmente não é uma coincidência.

Por que estou falando dessa pesquisa da Slack?

Porque na última conferência MIT EmTech deste ano, a CEO do Slack, Denise Dresser, falou sobre o plano da empresa de transformar o Slack em um “sistema operacional de trabalho movido a IA” para usuários em todo o mundo e como o Slack planeja tornar os agentes “um grande foco” tanto internamente quanto externamente.

Eu sei que talvez ler isso pareça muito distante pra você ou pra empresa onde você trabalha, mas nós vamos traduzir tudo isso para o seu dia a dia (e não só pra quem trabalha em grandes multinacionais, por exemplo), até porque a Denise também falou sobre 3 passos que ela seguiria pra implementar IA na sua carreira.

A CEO do Slack entendeu um principal ponto: quando uma nova tecnologia poderosa chega, a conversa tem que ser sobre as ferramentas, mas principalmente sobre as pessoas.

E cada pessoa é um mosaico de expectativas, medos e hábitos diferentes. Foi por conta disso que eles criaram a seguinte categorização (diferente, mas com o mesmo objetivo que a categorização da Zapier que trouxemos nessa outra edição):

  • Maximalistas: funcionários que usam IA várias vezes por semana para melhorar seu trabalho e estão gritando isso aos quatro ventos.

  • Undergrounds: aqueles que usam IA com frequência, mas hesitam em compartilhar que estão fazendo isso.

  • Rebeldes: pessoas que não querem nada com IA e evitam usá-la o máximo possível.

  • Superfans: pessoas empolgadas com IA, mas que ainda não estão aproveitando ao máximo no trabalho; este grupo se beneficiaria de ajuda para começar.

  • Observadores: funcionários que ainda não começaram a usar IA em seu trabalho porque preferem esperar para ver o que acontece.

👉️ Se você é líder: entenda que essa é uma maneira de entender onde cada pessoa da sua equipe está e, com isso, ajudá-la a partir daí. PS: você também deveria se mapear nisso.

👉️ Se você não é líder: entenda que seu líder, em algum momento, vai te categorizar em algum desses grupos (ou algo parecido, caso não use a nomenclatura do Slack). Comece já esse exercício de autoconhecimento pra entender onde você está.

Ah, e clicando aqui, você pode aprofundar nas definições de personas do Slack e até fazer um quiz rápido, caso tenha dificuldade de entender onde você está.

Nós avisamos na última edição do the jobs que estamos criando muito mais que só um próximo curso... O melhor jeito que encontramos de ilustrar o que estamos criando é um copiloto de carreira, e ele vai começar ajudando você a aplicar IA em vários layers da sua carreira e, mais que isso, vai te ajudar a potencializar as skills que a IA nunca vai substituir (comunicação, gestão emocional, autoconhecimento, produtividade e muito mais).

Estou compartilhando isso abertamente, porque esse produto vai ficar pronto em breve, e também porque queremos que você nos ajude a construir esse produto. Aqui nesse link ou no botão abaixo, você pode escolher quais serão os assuntos que estarão na primeira versão desse produto.

Se você já respondeu a essa enquete, não precisa responder de novo… Seu número já está salvo.

Ah, e esqueci de falar isso: quem responder vai ter acesso a uma condição exclusiva que vamos liberar somente nos primeiros dias de lançamento.

Agora, vamos aprofundar na big idea, porque a CEO do Slack também compartilhou naquela conferência do MIT como ela pensaria em integrar IA ao seu dia a dia e carreira.

Os conselhos da CEO de uma empresa de 26 bilhões de dólares para você integrar IA na sua rotina.

✍️ Os textos do the jobs normalmente são mais longos, você já sabe disso. Esse texto aqui fala exatamente por que textos mais longos podem ser um dos maiores aliados da sua carreira. Aposto que você vai adorar a leitura.

Mergulhando, então, na big idea:

Jogar IA na sua rotina sem um plano claro é só mais uma distração disfarçada de produtividade.

Sorry, falei (e sim, é exatamente por isso que estamos criando nossa trilha de IA aplicada à carreira).

A Denise compartilhou na última conferência EmTech do MIT, uma das faculdades mais prestigiadas do mundo, as 3 principais dicas.

Eu fui um pouco além desse tema e também compartilhei nessa edição um checklist pra saber se você realmente está assumindo as rédeas da sua carreira. É uma reflexão que começa com IA, mas vai muito além. Vamos começar com as 3 dicas da Denise:

1️⃣ Determine qual problema você está tentando resolver e envolva as pessoas certas.

Uma implementação interna de IA não terá sucesso se uma empresa simplesmente lançar a tecnologia sem saber o que seu pessoal pensa sobre ela e quais problemas ela deve resolver, disse Dresser.

“Como em qualquer transformação digital, você precisa começar com ‘Qual é o problema que estamos tentando resolver?’ Porque eu realmente acho que esse hype de trazer tanta IA sem um caso de uso claro pode ser problemático”, disse ela.

Essa dica não é só para CEOs, ela serve para você também. Quer usar IA para acelerar seu trabalho? Pergunte-se: Qual é o “X” específico que eu quero resolver?

Pode ser reduzir o tempo que você gasta escrevendo relatórios, organizar dados de uma reunião ou encontrar rapidamente insights escondidos em mensagens antigas. Um plano bem definido não só evita desperdício de tempo, mas também pode convencer os “rebeldes” e “observadores” ao seu redor a experimentarem algo novo. Você pode, inclusive, perguntar isso pra IA (deixamos prompts ao final da edição pra você fazer isso).

Invista tempo nisso. Pode parecer muito simples, mas é exatamente assim que a CEO de uma empresa de 26 bilhões de dólares recomenda que você comece, porque isso é só o primeiro passo — e é um primeiro passo que pode influenciar outras pessoas que vão ver você se movimentando.

2️⃣ Identifique os “low hanging fruits”: as tarefas chatas que a IA pode eliminar.

Os líderes precisam estar muito claros sobre os casos de uso da IA. Por exemplo, a IA é especialmente adequada para lidar com trabalhos repetitivos, “os low hanging fruits na sua organização”, disse Dresser. Pense em tarefas que drenam sua energia, mas não exigem pensamento estratégico: atualizar uma planilha interminável, formatar um documento, resumir uma reunião, responder perguntas frequentes. Esse é o território perfeito para IA.

No Slack, é aqui que entram os agentes, porque eles lidam com trabalho totalmente automatizado, 24 horas por dia. Traga isso pra sua realidade: se a IA puder liberar 30 minutos do seu dia, esse tempo pode virar uma ideia melhor para seu time, uma preparação mais sólida para uma reunião ou simplesmente menos estresse.

Mas atenção: nem tudo deve ser delegado. Dresser alerta que “os agentes não devem fazer tudo. A IA realmente requer julgamento humano na maioria das coisas que estamos fazendo. Você provavelmente não quer ter, agora, um agente negociando um contrato ou fazendo uma oferta que não foi aprovada.”

Em outras palavras: use IA para automatizar o trivial, não para terceirizar decisões críticas.

3️⃣ Aprenda a priorizar o uso de IA.

Encontrar informações e resumi-las são tarefas complicadas e demoradas que a IA pode ajudar a resolver. Quantas vezes você já perdeu minutos preciosos procurando aquele email, mensagem ou arquivo antigo?

“O que ouvimos de nossos clientes que estavam usando o Slack e do mundo em geral, estudando pesquisas sobre como as pessoas trabalham, é que alguns dos maiores desafios são apenas encontrar informações — encontrar o documento certo no momento certo”, disse Dresser.

Por isso, o Slack decidiu focar onde o ganho seria mais perceptível, que era a parte de “pesquisa e busca generativa”. Esse é o exemplo da Denise. A pergunta por trás disso é: qual é a prioridade no uso de IA pro seu dia a dia?

Ilustrando ainda mais em um exemplo prático: hoje, a IA do Slack recapitula informações nos canais no início de cada dia, economizando tempo de quem não pode revisar dezenas de conversas. Desde o lançamento do Slack AI, a tecnologia já resumiu 600 milhões de mensagens e economizou 1 milhão de horas de leitura.

O que a Denise está falando é pra usar IA onde o impacto é enorme e imediato.

“Ah, mas eu não sei onde tem esse impacto.”

Então você não leu direito nem essa edição sobre IA, muito menos essa atual (que tem os prompts sugeridos no final). Releia as perguntas, converse com uma IA sobre isso pra te dar ideias. Uai, converse com outras pessoas, pares, líderes.

Não espere a resposta cair no seu colo. Seja parte do motorzinho que ajuda a IA a ser implementada na sua empresa, porque esse é um caminho inevitável.

E aqui eu tomo a liberdade de adicionar um conteúdo que é essencial pra quem quer estar entre os profissionais mais preparados (e também disputados) dessa geração:

IA, por si só, não vai fazer ninguém se destacar. Ela pode economizar milhões de horas, resumir canais inteiros e encontrar documentos perdidos — e ainda assim, sozinha, não constrói carreiras.

O que separa quem só “usa uma ferramenta” de quem realmente cresce é algo que não vem embutido em nenhum algoritmo: assumir ownership dos problemas.

Eu quero deixar isso (e mais algumas dicas ao final) muito claras pra que você termine essa edição com pelo menos algumas coisas a mais na sua to do list.

Mas, antes de aprofundar nessa parte final, temos um um recado dos nossos parceiros da Adyen:

APRESENTADO POR ADYEN 

3 perguntas para saber se você está no lugar certo

É comum se perguntar: devo continuar nesse trabalho ou buscar novos desafios? Um bom checklist de carreira começa com três perguntas:

1) Você tem autonomia? Consegue propor soluções e tomar decisões reais?
2) Você aprende todos os dias? O trabalho desafia sua régua constantemente?
3) Você gera impacto? Consegue ver como suas entregas fazem diferença na empresa e na vida de outras pessoas?

Nesse vídeo, o Wallace, do time comercial da Adyen, mostra como conseguiu responder "SIM” nessas três perguntas. Foi assim que percebeu o peso de estar em uma empresa global de tecnologia de pagamentos que acelera sua carreira e amplia o impacto do que faz.

👉 Agora, essa mesma empresa, a Adyen, busca novos profissionais para o time comercial. Se você tem inglês avançado, cerca de 5 anos de experiência e vivência em fintechs, essa pode ser a chance de dar seu próprio check. Clique aqui e confira as vagas.

VOLTANDO À BIG IDEA:

Vou deixar aqui as últimas provocações dessa edição:

👉️ Tenha muito mais curiosidade.

A curiosidade por si só é comum. Todo mundo acha IA “interessante”. O diferencial está em transformar curiosidade em aprendizado intencional.

Os profissionais que se dizem ocupados demais para explorar novas ferramentas são os que vão ficar pra trás, infelizmente. Curiosidade significa testar conscientemente pequenas coisas para entender potencial, em vez de consumir conteúdo passivamente.

Se a IA pode redesenhar seu setor ou até sua empresa, quanto vale investir meia hora por semana para entender isso antes que seja tarde? Ainda acho que fui muito bonzinho falando de 30min por semana…

👉️ Tenha uma resposta imediata para “Qual é o maior obstáculo para usar IA na sua carreira?”

Se sua resposta for “não sei” ou “preciso pensar”, é sinal de que você ainda não assumiu essa transformação. Identificar obstáculos é metade do jogo.

Pode ser falta de conhecimento técnico, medo de errar em público, ou falta de clareza sobre onde aplicar IA no seu trabalho específico… Dê nome à dificuldade e trace pelo menos um próximo passo: um microcurso, um experimento rápido, pedir ajuda a um colega, ou conversar com sua liderança. Isso é ownership da sua própria carreira.

👉️ Contribua ativamente para remover esse bloqueio — mesmo que não seja “sua responsabilidade”.

Esperar que sua empresa crie um treinamento oficial ou que seu chefe te diga onde usar IA é o caminho mais rápido para ficar irrelevante. O ownership precisa ser seu.

Se o problema é falta de exemplos práticos, crie um mini-projeto paralelo para testar IA em algo pequeno e depois compartilhe os aprendizados. Se o problema é acesso a ferramentas, teste versões gratuitas, peça para participar de um piloto ou ofereça-se para liderar um teste. Se a cultura é conservadora, mostre valor em uma tarefa sem risco antes de propor algo maior.

Se você não se mexer, alguém do seu lado vai, uma hora ou outra (se já não estiverem se mexendo). Como você vai se sentir vendo outra pessoa ocupar o espaço que poderia ser seu?

👉️ Aborde o uso de IA com senso de urgência (sem sacrificar o longo prazo).

Tempo importa. A revolução da IA não vai esperar. Planejar indefinidamente ou esperar uma “hora certa” é arriscar ficar para trás. Você deveria ter pelo menos um bloco de 30 minutos para experimentar IA em uma tarefa real durante os seus dias.

Estabeleça uma cadência pelo menos semanal onde, em toda sexta-feira, você pensa sobre uma tarefa que a IA poderia tornar mais fácil. Isso é o básico… Com os testes, mostre pequenos resultados rapidamente para gerar confiança e abrir portas.

Quando olharem para trás em seis meses, você quer ser lembrado como quem puxou a mudança ou quem assistiu de camarote?

Bom, vou parar com as provocações. Acho que, junto com o recado de uma CEO de uma empresa de 26 bilhões de dólares, foram o suficiente. Se isso não for, dificilmente algo será…

Pra finalizar, nós criamos um prompt pra te dar muito mais clareza sobre tudo que falamos até agora.

Hoje, escrevemos esse prompt que vai gerar uma conversa das grandes com seu GPT, mas que vai ser muito útil.

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