a habilidade mais subestimada da atualidade

ouvir é diferente de saber ouvir

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Fala, Jobs!

Um recado rápido: se você “pulou” a edição do Carnaval do the jobs, esse é o seu aviso pra clicar aqui e não deixar de ler ela — recebemos muitos feedbacks positivos dessa.

O nosso 1:1 de hoje:

Nossa conversa de hoje é sobre uma habilidade que a maioria das pessoas acha que domina, mas, na real, ainda patina (até rimou): saber receber feedbacks.

Por que isso é importante:

Porque um feedback bem recebido pode ser o atalho para enxergar o que você ainda não percebeu, corrigir falhas antes que virem problemas maiores e construir um ambiente onde as pessoas confiam em você o suficiente para serem honestas.

Quem escuta bem, cria relações quipes mais fortes, ambientes mais abertos e evitam surpresas desagradáveis que provavelmente viriam no futuro.

Sem contar que quanto melhor você escuta, mais rápido você aprende — e isso vale do estagiário ao CEO.

Vamos nessa?

O prompt do Chat GPT mais polêmico que você já viu:

O que vou falar agora é provavelmente a melhor forma (a mais tangível) de mostrar como a inteligência artificial pode ser muito útil pra sua carreira.

Eu fiz um post despretensioso nessa última semana sobre um prompt do GPT e ele literalmente bombou: até agora, são mais de 30 mil views no LinkedIn e quase 800 comentários no Instagram.

Dá uma olhada nele aqui:

Ou, se você preferir, pode clicar aqui pra ver o post no LinkedIn também.

Espero que seja útil pra você (prepare-se pra uma possível resposta bem dura kkk). 😉 

Prepare seu print, porque a frase da semana tá na área:

Essa frase está diretamente relacionada com o texto de hoje.

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escrito por @digoplemos

A habilidade mais subestimada da atualidade: saber ouvir.

Listen Ja Rule GIF by VERZUZ
  • Quantas vezes você já hesitou antes de dizer “não sei” em uma reunião?

Ou melhor: quantas vezes você já saiu tentando responder algo quando, na verdade, não sabia a resposta?

  • Quantas vezes você já ficou desconfortável ao admitir que errou em uma entrega?

Ou melhor: quantas vezes você já evitou admitir um erro e tentou se justificar a culpa pra outra coisa?

  • Quantas vezes você sentiu aquela insegurança ao dizer que não entendeu um conceito logo de cara?

Ou melhor: quantas vezes você deixou de falar e perguntar só pra ninguém perceber que você não entendeu o assunto?

Chances altas de você ter se identificado em alguma (ou todas) dessas situações.

Eu te entendo.

Essas 3 situações parecem fraquezas.

Mas elas não são fraquezas:

1: Dizer “não sei” não é admitir ignorância, é demonstrar humildade intelectual.

  • Um analista júnior que pede ajuda pra entender a lógica por trás de uma decisão estratégica não está sendo fraco. Ele está demonstrando que quer tomar decisões melhores no futuro.

  • Uma nova supervisora que admite não conhecer um processo específico não está se desqualificando pra o cargo. Ela está criando espaço pra aprender e se tornar mais eficiente.

  • Um colaborador em início de carreira que questiona o porquê de uma metodologia usada pela equipe não está desafiando a autoridade. Ele está exercendo sua curiosidade pra contribuir com mais qualidade.

Essa imagem ilustra bem tudo isso — ela é uma aula por si só (ela é a representação visual de um conceito chamado “Dunning-Kruger Effect”).

Dizer “eu estava errado” não é confessar fracasso, é mostrar integridade intelectual.

  • Uma coordenadora que percebe que a estratégia de comunicação adotada não gerou engajamento e propõe ajustes ganha mais respeito do que aquela que insiste no plano original só pra não admitir o erro.

  • Um desenvolvedor que identifica que uma solução implementada não otimizou o sistema como esperado e sugere uma nova abordagem demonstra mais maturidade profissional do que aquele que se recusa a mudar por orgulho.

  • Um líder de projeto que reconhece que a estimativa de prazos foi irrealista e propõe ajustes ganha mais confiança da equipe do que aquele que tenta mascarar os atrasos pra parecer mais competente.

Dizer “não entendi” não é um sinal de burrice, é um motor para a curiosidade intelectual.

  • Um gerente júnior que pede mais detalhes sobre a estratégia da empresa não está demonstrando insegurança, está garantindo que suas decisões estarão alinhadas com os objetivos do negócio.

  • Uma analista que questiona como um novo sistema funciona antes de implementá-lo não está atrasando o processo, está se certificando de que fará um trabalho bem-feito.

  • Um coordenador que pede mais contexto sobre uma mudança na política da empresa não está sendo resistente, está buscando clareza pra aplicá-la da melhor forma possível.

O grande problema é que muitas empresas, líderes e colegas de trabalho ainda enxergam essas situações como sinais de fraqueza.

Mas olha que doido: a ironia é que os profissionais mais admirados são justamente aqueles que fazem essas coisas (dizer que não sabe, que estava errado ou que não entendeu).

Quem cresce rápido na carreira não é quem tem todas as respostas — é quem faz as perguntas certas.

E aqui entra o ponto central da nossa conversa de hoje: o poder de saber ouvir.

Se você não está disposto a escutar feedbacks, absorver novas perspectivas e admitir que sempre há algo a aprender, você está literalmente limitando seu próprio crescimento.

O maior erro que um futuro líder pode cometer não é errar — é fingir que já sabe tudo.

Essa foi uma introdução ao principal tema de hoje: saber ouvir feedbacks.

Você provavelmente já viu essa situação aqui:

Alguém (ou até você) diz que quer feedback. Fala que quer crescer, melhorar, aprender — mas, na prática, quando o feedback chega, a reação é outra.

Já vi isso acontecer incontáveis vezes (você provavelmente também).

  • “Ah, mas o que eu quis dizer foi…”

  • “Entendi seu ponto, mas você não me compreendeu.”

  • Ou, o clássico: “Tá bom, mas você também não faz isso direito!” (essa nunca falha, né? risos)

Tudo isso é só um jeito educado de dizer: “ok pelo feedback, mas você tá errado, não enche”.

PS: se não ficou claro, vou deixar ainda mais — isso não é legal.

A melhor maneira de aprender a dar feedbacks é aprendendo a ouvir feedbacks.

A gente aprende um monte de técnicas pra dar feedback (se vocês gostarem dessa edição, a próxima pode entrar nos detalhes de como dar melhores feedbacks).

Mas ninguém ensina como receber feedback sem virar um porco-espinho (irritado e que ataca tudo que chega perto) — e isso é um desperdício absurdo.

É um desperdício, porque aprender a receber feedback bem “custa nada e paga muito”: traz retornos incríveis pra sua carreira, pros seus relacionamentos e pra sua reputação como líder.

A boa notícia (acho que dá pra falar que é boa) é que pouca gente sabe fazer isso direito e, se você melhorar só um pouco, já sai na frente.

Receber feedback bem significa ter relações mais fortes, mais abertas e mais resilientes.

Significa que as pessoas ao seu redor vão se sentir mais à vontade pra falar com você – e você vai se tornar um profissional que gera menos ansiedade em conversas difíceis.

Mais importante ainda — você ganha acesso a uma informação que vale ouro: como os outros te enxergam.

Alguns pontos super importantes pra você saber ouvir feedbacks:

Seu escudo precisa, na real, virar curiosidade.

Sentir-se na defensiva e “levantar o escudo” é normal, mas isso não significa que você precisa reagir de imediato.

Antes de rebater ou justificar, assuma que a intenção da outra pessoa é positiva (isso é um ponto absurdamente importante, então estou escrevendo nesses parênteses pra reforçar além do negrito que escrevi).

Em vez de buscar argumentos para se defender, busque entender o que motivou o feedback. Aqui estão algumas respostas que podem ajudar — adapte-as como preferir:

  • "Valeu demais por compartilhar isso comigo. Eu vejo que você confia em mim para ter essa conversa de forma aberta. Você pode me contar um pouco mais sobre o que quis dizer?"

  • "O que você trouxe faz sentido. Quero entender melhor. O que eu disse ou fiz que te fez sentir/pensar assim?"

Uma boa prática: depois de ouvir, repita pra pessoa o que você entendeu, só pra garantir que captou corretamente. Isso demonstra que você está genuinamente interessado em entender o ponto da outra pessoa.

Ah, e um outro lembrete super importante: se alguém diz que você pode melhorar X, isso não significa que você faz X mal o tempo todo.

O segredo é entender quando e em que contexto esse feedback se aplica. Assim, você corrige de forma pontual e eficaz.

Pelo amor de Deus, controle suas caretas ao ouvir.

“Careta” é só um jeitinho mais engraçado pra falar das suas expressões faciais…

Se você quer que as pessoas sintam que podem te dar um feedback sincero, sua linguagem corporal precisa reforçar isso.

  • Você revira os olhos?

  • Seus olhos arregalam?

  • Você deixa sua testa franzir?

  • Você joga suas sobrancelhas pra cima?

  • Você inclina seu corpo pra trás pra “se distanciar”?

  • Seu rosto demonstra choque, incredulidade ou vontade de chorar?

Se sim, más notícias: ouso dizer que a pessoa do outro lado vai perceber e, na próxima vez, vai pensar duas vezes antes de te dizer a verdade.

Se segure e respire fundo (mas não tão alto, risos).

Lembre-se de que a pessoa se importou o suficiente para te dar um feedback.

O Bernardinho (um dos técnicos mais premiados da história do vôlei) me disse uma coisa que nunca mais esqueci: a cobrança é o reconhecimento da sua capacidade — se não houvesse cobrança ou feedback, seu líder provavelmente já desistiu de você.

Se você quer continuar recebendo a verdade, precisa parecer e mostrar que realmente valoriza isso.

Vou deixar algumas sugestões simples, mas importantes aqui:

  • Respire devagar.

  • Olhe nos olhos da pessoa em vez de desviar o olhar.

  • Mantenha uma postura ereta e levemente inclinada para frente, demonstrando interesse.

  • Use o mesmo tipo de linguagem corporal que usaria em uma conversa séria com alguém de quem você realmente se importa e respeita.

Se seu corpo transmite que você quer ouvir, sua chance de continuar recebendo feedback honesto aumenta.

Vou repetir e reforçar: seu corpo transmite o que você quer ouvir.

Daqui pra frente, o conteúdo é exclusivo para os assinantes do the jobs. Olha que bacana o feedback da Jullia sobre nossas edições para assinantes:

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Quem chega primeiro, bebe água limpa”. 😉 

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