6 frameworks pra tomar decisões difíceis

que a gente gostaria de ter ouvido antes

 

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Fala, Jobs!

Acho muito pouco provável isso nunca ter acontecido com você: sabe aquelas decisões que a gente fica dias, às vezes semanas, ruminando?

  • Falo ou não falo com meu líder que quero um novo desafio?

  • Aceito ou não a proposta daquela outra empresa?

  • Faço ou não faço uma Pós ou um MBA?

  • Saio do mundo corporativo pra empreender ou continuar?

  • Fico numa empresa renomada onde tenho pouca exposição ou vou pra uma menor onde posso ser protagonista mais rápido?

  • Mudo ou não de cidade?

  • Começo a criar conteúdo e me expor nas redes ou não?

Não faltam noites refletindo, conselhos, listando prós e contras, pegando a opinião de muita gente…

Mas, no fim, o que trava a maioria das pessoas não é a falta de opção.

É o medo de escolher.

A pior decisão quase nunca é a errada. É a que não foi tomada.

E, por mais que a gente tente fugir, a vida adulta cobra.

Porque a vida continua se movendo, mesmo quando a gente paralisa.

Nessa edição vamos falar sobre decisões difíceis e sobre como ter mais clareza (e menos ansiedade) na hora de escolher caminhos que podem mudar tudo.

Esse é um resumo do nosso 1:1 de hoje:

👉 1: Entendendo os principais tipos de decisões e suas consequências, de acordo com um framework que Jeff Bezos usa na Amazon.

👉 2: Os 3 principais viéses psicológicos que atrapalham a nossa tomada de decisão (e o que fazer com relação a eles).

👉 3: Modelos mentais práticos de uma jogadora de pôquer que já faturou +US$20 milhões nos jogos — e como você pode usar eles pra te ajudar com decisões complexas.

👉️ 4: E na nossa sessão “mentoria por email”, nossos mentores responderam a uma dúvida dos leitores sobre “como ser mais visto/a por pessoas mais sêniores e como se relacionar com elas”.

🎥 PS: inauguramos nosso canal no YouTube hoje. O link está no texto (e contextualizado)! 😉 

Essa frase parece contraintuitiva… até a gente parar pra pensar.

Dar play na Netflix é fácil. Sair pra correr depois de um dia cheio é difícil.

Dizer “sim” pra todo mundo é fácil. Dizer “não” com clareza é difícil.

Mas olha como isso se inverte com o tempo:

As escolhas fáceis cobram juros.

As difíceis, pagam dividendos.

A gente não tá acostumado a pensar no longo prazo… E é exatamente isso que mais ajuda a gente a tomar melhores decisões.

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6 frameworks pra tomar melhores decisões na sua carreira.

Think Season 2 GIF by NBC

O Jeff Bezos tem uma das metáforas mais práticas que já vi sobre decisões.

Ele divide todas as decisões em dois tipos:

Decisões de “uma porta” (one-door decisions): você passa pela porta e depois não tem como voltar.

E decisões de “duas portas” (two-door decisions): você passa pela porta, testa… E, se não gostar, volta e sai.

As primeiras são irreversíveis ou muito difíceis de reverter: é como pedir demissão de um emprego ou comprar um apartamento. Não tem muita volta.

As segundas podem ser desfeitas rapidamente se não funcionarem: é como testar um novo produto, mudar um processo ou experimentar uma estratégia nova de marketing.

Simples, né?

E é agora que entra o principal ponto desse conselho do Jeff Bezos.

A implicação prática da “teoria das duas portas” está na velocidade:

As decisões "two-door" devem ser tomadas rapidamente, mesmo com 70% das informações. Decisões "one-door" merecem análise profunda e tempo para pensar.

Talvez esse framework já te ajude a tomar uma decisão, mas nós vamos aprofundar aqui nas “one-door decisions” (e também em frameworks, modelos mentais e insights pra te ajudar na sua tomada de decisão).

O que uma jogadora profissional de pôquer (e referência mundial no assunto de decision making) pode nos ensinar sobre a tomada de decisão?

Eu acho que não existe um cenário mais claro que o pôquer onde você consegue correlacionar tomada de decisão a sucesso financeiro.

A Annie Duke se tornou referência nisso, ao acumular mais de 20 milhões de reais em prêmios em torneios (e principalmente ao fazer a engenharia reversa do seu processo de decisão e se tornar autora best-seller).

Em seu livro Desistir, ela vai completamente contra a corrente do raciocínio raso e frases motivacionais do “nunca desista” e mostra o que quase ninguém nos ensina: a importância de desistir na hora certa.

Não como sinônimo de fracasso — mas como sinal de inteligência.

Como um sinal de saber que continuar apostando em algo que não está funcionando é, na prática, uma das formas mais caras de se perder no caminho.

No pôquer, os melhores jogadores jogam muito menos mãos que os amadores.

Por que?

Porque amadores querem saber "o que poderia ter acontecido".

Jogadores amadores querem ver se aquela mão ruim poderia virar uma sequência incrível.

Os profissionais sabem que qualquer mão pode ganhar, mas nem toda mão vale a pena jogar.

E aqui está a grande sacada da Duke: isso se aplica diretamente às nossas carreiras.

Alguns exemplos pra ilustrar:

  • Sabe aquele projeto que você continua tocando, mesmo sabendo que não vai dar em nada e que ninguém dá muita atenção?

  • Ou a empresa onde você fica "porque já está há tanto tempo"?

  • O relacionamento profissional tóxico que você mantém "porque pode ser útil no futuro”?

  • Ou até o curso que você não para de fazer mesmo não usando o conhecimento?

Então…

Existem 3 viéses psicológicos que nos forçam a continuar insistindo em algo que já temos sinais de que não vai dar certo e que você precisa reconhecer para não cair em armadilhas:

📌 O viés do custo afundado (sunk cost).

"Já investi 5 anos nessa empresa, não posso mudar agora."

Duke chama isso de "proteger dinheiro que já foi pro espaço". No pôquer, seria continuar em uma mão que já não faz sentido só porque você já apostou muito.

A pergunta não deveria ser "quanto você vai perder saindo", mas sim "quanto você vai perder ficando".

E aqui, pra trazer um pouco mais de pessoalidade, eu confesso que foi exatamente isso que passou na minha cabeça ao refletir se eu deveria pedir demissão de uma das startups de maior crescimento no Brasil pra empreender…

Eu já estava há 5 anos na Link, me tornei sócio em 6 meses lá dentro, participei de incontáveis iniciativas — desde a construção da nossa sede em Palo Alto até a construção da aceleradora de startups e fundos de investimentos.

Eu estive por lá do R$ 0 de faturamento até o início desse ano, e hoje a Link é uma empresa que fatura mais de R$ 100 milhões por ano. Nos meus últimos 12 meses lá, vivi um conflito enorme entre “sair pra buscar algo maior e meu” ou “ficar lá, porque já estava há 5 anos e tinha criado meu nome e minha marca pessoal lá”.

O que aprendi nesse processo? Por que pedi demissão de uma empresa tão promissora? Pela primeira vez, eu decidi compartilhar os bastidores dessa etapa tão importante da minha vida em um vídeo (e pra inaugurar nosso canal no YouTube). Um vídeo sem filtros, mas do fundo do meu coração. Um vídeo com alma de verdade, coisa rara hoje em dia.

🎥 Comente lá no vídeo o que achou, se esses aprendizados fazem sentido ou até, se quiser, deixe sua pergunta — nós vamos compartilhar mais nesse estilo no YouTube e queremos ouvir se vocês gostam desse formato mais “vida real”.

⁉️ Algumas perguntas talvez provocadoras, mas sempre úteis:

  • Você continua por convicção (acredita mesmo) ou por culpa?

  • Se ninguém soubesse que você já investiu (dinheiro, esforço, tempo etc.) tanto nisso, você continuaria mesmo assim?

  • O que você está tentando proteger? Um plano que ainda faz sentido ou o medo de parecer incoerente?

  • Você está defendendo algo ou defendendo o esforço que colocou nesse algo?

📌 Aversão à perda.

"E se eu não der certo no novo lugar?"

E se abrir mão desse projeto me levar pra outro pior?

E se isso? E se aquilo?

Preferimos uma situação ruim conhecida a uma mudança incerta. É o famoso “melhor um pássaro na mão que dois voando”.

Exemplos práticos:

  • Recusar uma proposta 20% melhor porque e se a nova empresa não for boa?

  • Ficar num cargo que não desenvolve por receio de perder estabilidade;

  • Não fazer transição de carreira com medo de ganhar menos que no início.

Não estamos te dizendo para sempre tomar risco, não é isso que a gente quer dizer aqui. Estamos defendendo que você precisa saber e conhecer os riscos que vai tomar.

⁉️ Algumas perguntas talvez provocadoras, mas sempre úteis:

  • Você tem mais medo de perder o que tem… ou de nunca conquistar o que quer?

  • E se continuar onde está for o maior risco de todos?

  • Você está chamando de “estabilidade” aquilo que é, na verdade, estagnação? (entenda que a estabilidade aqui é muito mais do que só estabilidade de emprego, por exemplo — se aplica a tudo)

  • Você ainda está aqui porque tem algo a conquistar… ou porque tem algo a perder?

  • Quanto da sua vida você está passando se convencendo de que ainda vale a pena?

  • Se você estivesse começando hoje, escolheria esse mesmo caminho em que está? Se a resposta for não… por que continuo?

  • O que precisa estar acontecendo daqui a 6 meses pra você olhar pra essa decisão e pensar: “valeu a pena”? E se não estiver, o que vou fazer?

  • Você está ficando porque faz sentido… ou porque dá menos trabalho? (Conforto e clareza não são sinônimos…)

Uma pausa de leve pra nossa sessão de recomendações! ✌️

📌 O vício da certeza.

"Vou esperar ter mais informações antes de decidir."

Queremos 100% de garantia antes de tomar uma decisão irreversível. Resultado: nunca tomamos.

No pôquer, seria esperar ter a mão perfeita para apostar.

Exemplos práticos:

  • Não começar um projeto pessoal, porque ainda não me sinto pronto.

  • Adiar a mudança de carreira até "ter certeza absoluta" de que vai dar certo.

  • Ficar pesquisando cursos/MBAs por anos sem nunca começar nenhum.

A verdade?

Você nunca vai ter todas as respostas.

Tomar decisão boa não é acertar tudo.

É agir com base no que você sabe agora e se comprometer a ajustar o curso no caminho.

Particularmente, gosto muito de uma maneira de enfrentar esse desafio de “será que é o momento certo?”, que se tornou um dos princípios guias da minha vida

Esse princípio diz que “não existem decisões inerentemente certas ou erradas - o que existe são decisões que nós fazemos serem certas por meio do nosso comprometimento com elas”.

Na prática: eu acredito que, se eu me dedicar da melhor maneira, eu consigo “dar certo seguindo uma carreira no meu emprego atual” como eu também consigo “dar certo seguindo uma carreira fora do meu emprego atual”.

O que faz uma decisão ser certa não é você estar pronto ou não. O que faz uma decisão ser certa é seu nível de comprometimento com ela.

PS: eu leio e releio essa frase algumas vezes por semana. Ela está gravada em vários lugares: de cadernos ao fundo de tela do meu celular.

É óbvio que nem sempre vai dar certo, mas “meu nível de comprometimento” é um termômetro pra tomada de decisão muito melhor do que “minha sensação de estar pronto”.

E como diz o próprio Bezos: 70% da informação é o suficiente pra tomar a maioria das decisões.

Esperar 100% é uma armadilha.

Enquanto você espera a certeza, a vida segue, os ciclos fecham e as portas se fecham também.

“O cavalo passa”.

Maximizando a sua chance de “sucesso”.

Agora que você já reconhece os 3 principais vieses que nos fazem ficar presos em decisões ruins, vamos aprofundar sobre os templates e modelos mentais que a Annie Duke ensina para tomar decisões melhores, usando exemplos reais e entregando um passo a passo para você aplicá-los à sua rotina:

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